quinta-feira, 19 de março de 2015

JUIZ HENRIQUE BALTAZAR: “ESTADO TEM QUE USAR FORÇA E MOSTRAR QUEM É QUE MANDA”

O Juiz da Vara de Execuções Penais de Natal, Henrique Baltazar, defendeu na manhã desta quinta-feira que a estrutura de segurança do Estado invada os presídios e, com o uso da força, retome o controle das unidades prisionais que ora se encontram em poder dos presos em vários estabelecimentos penitenciários do Estado.
“Entendo que o Estado precisa retomar o controle dos presídios antes de qualquer coisa. Porque, hoje, os presos estão com o controle. Eles podem fugir. Podem estar cavando um túnel. O Estado tem que mostrar quem é que manda”, defende Baltazar.
A crise no sistema penitenciário potiguar está em seu oitavo dia de motins. Na manhã desta quarta, presos se rebelaram em Natal e Nísia Floresta. 14 das 33 unidades prisionais do Estado já foram alvos de depredações. Na última segunda-feira, cinco ônibus foram incendiados na cidade. As ordens teriam partido de dentro dos presídios.
Os detentos reclamam das péssimas condições de tratamento. Ao menos em nove unidades houve quebra-quebra e destruição total ou parcial de unidades. O Governador Robinson Faria (PSD) decretou estado de calamidade. Cerca de 200 homens da Força Nacional de Segurança, foram enviados pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e reforçam o policiamento dos presídios e nas ruas.
Especialistas descartam a presença de uma célula do grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) em Natal, mas avaliam que os presos utilizam um modo de operação semelhante ao utilizado pelo grupo originário de São Paulo. Escutas telefônicas revelam que os bandidos que atearam fogo nos ônibus receberam entre R$ 200 e R$ 400 dos detentos.
A crise teria ganhado reforço através da atuação indevida da OAB. Segundo o Diretor do presídio Rogério Coutinho Madruga, Oswaldo Júnior, representantes da OAB mantiveram contato com presos na segunda e na terça-feira, o que teria favorecido a revolta. Hoje à tarde a OAB se manifestaria sobre a acusação. Jornal de Hoje.

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