O Juiz da Vara de Execuções Penais de Natal,
Henrique Baltazar, defendeu na manhã desta quinta-feira que a estrutura de
segurança do Estado invada os presídios e, com o uso da força, retome o
controle das unidades prisionais que ora se encontram em poder dos presos em
vários estabelecimentos penitenciários do Estado.
“Entendo que o Estado precisa retomar o controle
dos presídios antes de qualquer coisa. Porque, hoje, os presos estão com o
controle. Eles podem fugir. Podem estar cavando um túnel. O Estado tem que
mostrar quem é que manda”, defende Baltazar.
A crise no sistema penitenciário potiguar está em
seu oitavo dia de motins. Na manhã desta quarta, presos se rebelaram em Natal e
Nísia Floresta. 14 das 33 unidades prisionais do Estado já foram alvos de
depredações. Na última segunda-feira, cinco ônibus foram incendiados na cidade.
As ordens teriam partido de dentro dos presídios.
Os detentos reclamam das péssimas condições de
tratamento. Ao menos em nove unidades houve quebra-quebra e destruição total ou
parcial de unidades. O Governador Robinson Faria (PSD) decretou estado de
calamidade. Cerca de 200 homens da Força Nacional de Segurança, foram enviados
pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e reforçam o policiamento dos
presídios e nas ruas.
Especialistas descartam a presença de uma célula do
grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC) em Natal, mas avaliam que os
presos utilizam um modo de operação semelhante ao utilizado pelo grupo
originário de São Paulo. Escutas telefônicas revelam que os bandidos que atearam
fogo nos ônibus receberam entre R$ 200 e R$ 400 dos detentos.
A crise teria ganhado reforço através da atuação
indevida da OAB. Segundo o Diretor do presídio Rogério Coutinho Madruga,
Oswaldo Júnior, representantes da OAB mantiveram contato com presos na segunda
e na terça-feira, o que teria favorecido a revolta. Hoje à tarde a OAB se
manifestaria sobre a acusação. Jornal de Hoje.
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