Surgem
novas denúncias contra o ex-Deputado Federal Henrique Alves, hoje Ministro do
Turismo, recebia parte de tudo que era arrecadado para o PMDB. As informações
surgiram com a delação premiada do ex-Deputado Pedro Correa.
Segundo
ele, o político potiguar foi beneficiado diretamente. Veja reportagem publicada
no G1:
Pedro
Corrêa, político condenado no Mensalão e também preso pela Lava Jato, fez uma
Delação Premiada, na qual cita como corruptos vários Deputados, Senadores, Ministros,
ex-Ministros e, pelo menos, um Governador. Corrêa afirma também que o ex-Presidente
Lula articulava o esquema de corrupção na Petrobras.
Ele
cumpre pena em regime semiaberto pela condenação no Mensalão do PT quando foi
novamente preso em abril do ano passado por envolvimento na Operação Lava Jato.
A reincidência de Corrêa em esquemas de corrupção e a prisão levaram o ex-Deputado
Federal pelo Partido Progressista a assinar com o Ministério Público Federal um
acordo de Delação Premiada. Os detalhes estão na edição deste fim de semana da
Revista Veja.
De
acordo com a revista, Pedro Corrêa deu detalhes da primeira vez que embolsou
propina por contratos no extinto INAMPS, ainda na década de 70. E admitiu,
segundo a Veja, ter recebido dinheiro desviado de quase 20 órgãos do governo.
Na
delação, Pedro Corrêa deixa claro que o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sabia do esquema de desvio de dinheiro dentro da Petrobras, De acordo com a
Veja, o ex-Deputado disse que Lula gerenciou pessoalmente o esquema de
corrupção da Petrobras – da indicação dos Diretores corruptos da estatal à
divisão do dinheiro desviado entre os políticos e os partidos.
E
descreve situações em que Lula tratou com caciques do PP sobre a distribuição
de propina em contratos na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, comandada
por Paulo Roberto Costa, que Lula de chamava de Paulinho.
Correa
contou que parlamentares do PP se rebelaram contra o avanço do PMDB nos
contratos da Diretoria. Um grupo foi ao Palácio do Planalto reclamar com Lula
da “invasão”. De acordo com Pedro Corrêa, Lula passou uma descompostura nos Deputados
dizendo que eles “estavam com as burras cheias de dinheiro” e que a Diretoria
era “muito grande ” e tinha que “atender os outros aliados” pois o orçamento
era muito grande. A Diretoria era capaz de atender todo mundo. Segundo a
revista, os caciques do PP se conformaram quando Lula garantiu que a maior
parte das comissões seria do partido.
Com a
ordem de Lula para que os partidos se entendessem, Pedro Corrêa diz ter se
reunido com membros graúdos do PMDB para tratar da partilha. Um dos primeiros a
ser procurados “para buscar o melhor entendimento na arrecadação”, foi o Senador
Renan Calheiros acompanhado do Deputado Anibal Gomes do Ceará. E fez o mesmo
com o Deputado Eduardo Cunha e com o Senador Romero Juca, todos eles do PMDB.
De
acordo com a revista, acertados os termos com os membros do PMDB, os negócios a
partir de 2006 começaram a fluir. De acordo com a revista, o delator
exemplifica a simbiose em uma reunião que contou com a participação dos Diretores
Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, dos Senadores Renan Calheiros, Romero
Jucá, Jader Barbalho e
Henrique Eduardo Alves, atual Ministro do Turismo e do lobista Jorge Luz.
Segundo a revista, no encontro, os caciques
do PMDB apresentaram uma fatura salgada para apoiar a permanência de Costa e
Cerveró na Petrobras: 18 milhões de dólares em propina que deveria ser paga a
tempo de financiar a campanha do ano – receberam 6 milhões de dólares.
De acordo com a revista, Pedro Corrêa disse
que o atual Ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, ficava com parte de
tudo o que era arrecadado pelo esquema do PMDB. Eduardo Cunha recebeu parte dos
6 milhões de dólares e o ex-Ministro e atualmente Senador Edison Lobão tinha
participação nos contratos com as grandes empreiteiras.
E o
atual Secretário de Governo, Geddel Vieira Lima, foi o responsável pela
indicação do Senador cassado Delcidio do Amaral, que era do PT, para uma Diretoria
da Petrobras no governo Fernando Henrique.
Delcidio,
segundo o delator, cobrava propina junto às empresas que tinham negócios na Diretoria
e depois repassava uma parte para o PMDB e outra parte para o PP.
Conforme
publicado pela Veja, Corrêa também acrescentou que o laboratório SEM pagava
propina para os ex-Ministros José Dirceu e Alexandre Padilha. E que vantagens
também eram cobradas das empresas que se habilitavam a participar do programa
Minha Casa Minha Vida, uma das marcas do governo Dilma. O Senador Aécio Neves, Presidente
do PSDB, também teria negociado pagamentos para seu partido numa obra de
Furnas.
A
delação de Pedro Corrêa aguarda a homologação do Ministro Teori Zavascki, Relator
da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Além desses citados, na colaboração
de Pedro Corrêa, que a Veja publicou, aparecem os nomes de outros políticos – Deputados,
Senadores, Ministros, ex-Ministros e pelo menos um Governador.
Por Anna Ruth
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