sexta-feira, 7 de agosto de 2015

INFLAÇÃO ACUMULADA EM 12 MESES CHEGA A 9,56%, A MAIOR DESDE 2003

Com o impacto menor do reajuste dos jogos de azar e um efeito favorável dos preços do setor de vestuário, a inflação oficial desacelerou para 0,62% na passagem de junho para julho, informou o IBGE nesta sexta-feira (07/08). Em junho, o IPCA havia sido de 0,79%.
Apesar da desaceleração da taxa do mês, a inflação acumulada em 12 meses manteve sua trajetória de alta, para 9,56%. É o maior pico desde novembro de 2003 (11,02%).
Os valores estão em linha com a expectativa de economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que esperavam um IPCA de 0,6% na passagem de junho para julho e de 9,53% em 12 meses.
A taxa de 12 meses aumentou porque a inflação de julho é alta para os padrões do mês. Em julho do ano passado, o índice de preços havia sido de apenas 0,01%.
Flávio Serrano, do Banco Espírito Santo, diz que a inflação de julho foi de 0,02% na média dos últimos seis anos.
“É um mês do ano em que geralmente temos mais deflação, por causa da desaceleração de alimentos e poucos reajustes de tarifas”, disse Serrano.
No ano, a inflação chegou a 6,83%, a maior taxa para o período desde 2003 (6,85%). Em sete meses, já supera o aumento dos preços de todo o ano passado (6,41%).
Neste ano, o IPCA sentiu o choque do reajuste das tarifas reguladas pelo governo, como energia elétrica, água e esgoto, transporte, combustíveis e loteria.
O dólar mais caro e o preço dos alimentos -que não cederem em meados do ano, como de costume- também ajudaram a acelerar a inflação ao longo deste ano. 
PROJEÇÃO 
A expectativa é que a inflação se mantenha alta até o fim do ano. Os economistas consultados pelo Banco Central, no Boletim Focus, preveem o índice de preços oficial do País em em 9,25% em 2015.
Isso significa que a inflação vai fechar o ano acima do teto da meta estabelecida pelo governo, de 6,5%. O centro da meta de inflação é de 4,5% para o ano.
No fim de julho, o Banco Central elevou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), para 14,25% ao ano. E indicou que os juros devem permanecer nesse novo patamar “por período suficientemente prolongado”.
O BC já havia indicado que o aumento dos juros mira a inflação de 2016. O menor ritmo da economia e a dissipação dos reajustes de 2015 devem levar o IPCA para 5,4% no próximo ano. 
Folha de São Paulo

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