Com o
impacto menor do reajuste dos jogos de azar e um efeito favorável dos preços do
setor de vestuário, a inflação oficial desacelerou para 0,62% na passagem de
junho para julho, informou o IBGE nesta sexta-feira (07/08). Em junho, o IPCA
havia sido de 0,79%.
Apesar
da desaceleração da taxa do mês, a inflação acumulada em 12 meses manteve sua
trajetória de alta, para 9,56%. É o maior pico desde novembro de 2003 (11,02%).
Os
valores estão em linha com a expectativa de economistas consultados pela
agência internacional Bloomberg, que esperavam um IPCA de 0,6% na passagem de
junho para julho e de 9,53% em 12 meses.
A taxa
de 12 meses aumentou porque a inflação de julho é alta para os padrões do mês.
Em julho do ano passado, o índice de preços havia sido de apenas 0,01%.
Flávio
Serrano, do Banco Espírito Santo, diz que a inflação de julho foi de 0,02% na
média dos últimos seis anos.
“É um
mês do ano em que geralmente temos mais deflação, por causa da desaceleração de
alimentos e poucos reajustes de tarifas”, disse Serrano.
No ano,
a inflação chegou a 6,83%, a maior taxa para o período desde 2003 (6,85%). Em
sete meses, já supera o aumento dos preços de todo o ano passado (6,41%).
Neste
ano, o IPCA sentiu o choque do reajuste das tarifas reguladas pelo governo,
como energia elétrica, água e esgoto, transporte, combustíveis e loteria.
O dólar
mais caro e o preço dos alimentos -que não cederem em meados do ano, como de
costume- também ajudaram a acelerar a inflação ao longo deste ano.
PROJEÇÃO
A
expectativa é que a inflação se mantenha alta até o fim do ano. Os economistas
consultados pelo Banco Central, no Boletim Focus, preveem o índice de preços
oficial do País em em 9,25% em 2015.
Isso
significa que a inflação vai fechar o ano acima do teto da meta estabelecida
pelo governo, de 6,5%. O centro da meta de inflação é de 4,5% para o ano.
No fim
de julho, o Banco Central elevou em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros
(Selic), para 14,25% ao ano. E indicou que os juros devem permanecer nesse novo
patamar “por período suficientemente prolongado”.
O BC já
havia indicado que o aumento dos juros mira a inflação de 2016. O menor ritmo
da economia e a dissipação dos reajustes de 2015 devem levar o IPCA para 5,4%
no próximo ano.
Folha de São Paulo
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