segunda-feira, 8 de junho de 2015

EM CINCO ANOS DENGUE CUSTA R$ 4,2 BILHÕES À UNIÃO

De 2010 a 2014, o governo federal gastou ao menos R$ 4,2 bilhões em ações de prevenção e tratamento da dengue, segundo dados inéditos obtidos pelo Jornal O Estado de São Paulo com o Ministério da Saúde.
No período analisado, o custo da dengue para a pasta aumentou 48% - passando de R$ 613,4 milhões em 2010 para R$ 911,8 milhões em 2014.
O valor do ano passado só não foi superior ao de 2013, quando o País viveu a pior epidemia de dengue da história, com 1,4 milhão de pessoas infectadas e 674 mortes.
Naquele ano, a doença custou R$ 1,1 bilhão ao governo federal, elevando as despesas com dengue ao patamar de outros programas estratégicos do Ministério, como o de aids, que teve custo de R$ 1,2 bilhão no ano passado, e o Mais Médicos - R$ 1,1 bilhão anuais em 2013 e 2014.
As despesas informadas pela pasta reúnem os principais, mas não todos, os gastos com a dengue.
Estão incluídos os valores gastos com internações, verba fixa repassada aos Municípios e Estados para ações de prevenção e recursos adicionais exclusivos para a doença.
O repasse fixo é usado também para a prevenção de outros problemas, entretanto, segundo o Ministério, em média 60% desse valor são destinados a ações contra a dengue.
Não estão incluídos nesses valores, portanto, despesas com a assistência a doentes com quadros mais brandos, que não precisam de internação.
Nesses casos, o paciente procura uma unidade de atenção básica, como um posto de saúde ou uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA), e as despesas com esses atendimentos entram no repasse geral para atenção básica.
Se fosse possível calcular esses valores, os custos com a dengue subiriam ainda mais.
"É preciso lembrar que não é só o Ministério da Saúde que tem gastos com dengue.
As Prefeituras têm grande despesa porque são as responsáveis por fazer o trabalho direto de prevenção", explica Gonzalo Vecina Neto, Professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). 
Prevenção 
Foi a área de prevenção e combate à dengue a responsável por elevar os custos do Ministério com a doença. Somados os valores do piso fixo de prevenção com os adicionais específicos, houve crescimento de 54% entre 2010 e 2014.
De acordo com a pasta, foi graças a esse aumento que ocorreu uma redução de internações pela doença e, conseqüentemente, dos custos hospitalares com esses pacientes.
O número de internações por dengue caiu de 93.934 em 2010 para 35.667 em 2014 - derrubando o custo no período de R$ 31,2 milhões para R$ 11,8 milhões.
Entre 2010 e 2014, 4,4 milhões de brasileiros foram contaminados pela dengue, dos quais 2.544 morreram. Neste ano, até 09 de maio, foram 845,9 mil casos notificados - dos quais 585 tiveram a forma grave da doença - e 290 mortos. 
Fonte: Estadão

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