terça-feira, 31 de janeiro de 2012

PMDB: PODER DE FOGO REDUZIDO

O PMDB é um pote só de mágoas, mas a extensa base governista e a alta popularidade da Presidente Dilma Rousseff reduzem o seu histórico poder de retaliação no Legislativo neste momento. Afora mal criações de perfis mais intempestivos, como o do líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), o partido, por ora, pouco pode fazer para causar prejuízo concreto à Presidente.
Frustrada a proposta do empresário e conselheiro Jorge Gerdau de reduzir o número de Ministérios, Dilma busca na reforma de setores estratégicos do segundo e terceiro escalões a eficiência de gestão que considera (com razão) urgente e indispensável para manter o índice de aprovação de seu governo.
Movida pela necessidade, mexe num vespeiro, pois é nessas instâncias que a partidarização da estrutura do Estado se dá de forma avassaladora. Casos como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) ou a Transpetro são apenas dois entre centenas de feudos partidários de ineficiência.
Há muitos outros – e diga-se, a favor do PMDB -, distribuídos por todos os partidos da base, principalmente o PT. E é nesse ponto que a mágoa peemedebista aumenta: com razão, o partido avalia que seu maior concorrente na disputa por cargos está mais blindado pelo governo.
Com o governo politicamente forte, contexto que cala também a oposição, a expectativa de alguma reação é guardada pelo PMDB para 2013, decisivo para Dilma, já que 2014 será ano de campanha presidencial. É nessa hora que o governo recorrerá ao PSD de Gilberto Kassab, que hoje afaga ostensivamente.
Mais do que a perda de cargos, a convicção de que há estímulo do Palácio do Planalto para que o PT descumpra o acordo para as Presidência das Câmara e Senado estressa o PMDB. O governo já foi aconselhado a se manter distante do processo deixando que eventuais tentativas de disputa ocorram dentro do ambiente legislativo. Do contrário, une o PMDB.
No Senado, o partido identifica um estímulo ao Senador Humberto Costa (PT-PE) e, na Câmara, o Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ele próprio candidato, não esconde que é contra o acordo que garante o posto ao atual líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), desgastado ao limite com os revezes junto ao governo.
Fonte: Estado de São Paulo

Um comentário:

  1. Amigo Ozailton, como bom acompanhante da politica nacional e, por consequência, da de Eloy de Souza, vejo que esse relacionamento do PMDB com o PT, tanto aqui como lá em Brasilia, está caminhando para o final, mais cedo ou mais tarde. Na verdade, sempre existiu um oportunismo de ambas as partes. Como não há sinceridade nem honestidade, logo...

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