Relator
do processo que analisa as contas de 2014 da Presidente Dilma Rousseff, o Ministro
do TCU ( Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes disse na manhã desta
segunda-feira (31/08) que o Brasil está “sem direcionamento” e usou uma bússola
quebrada para indicar que o governo “não tem rumo”.
Ele
afirmou ainda que as chamadas pedaladas fiscais não podem mais acontecer e usou
seu Estado, o Rio Grande do Sul, para indicar que o mesmo pode ocorrer com o País
se o governo continuar gastando mais do que arrecada.
“No meu
Estado, a bicicleta já quebrou. Se não fizermos algo no Brasil, o mesmo pode
acontecer. Temos que dar um basta”, afirmou.
O
governo gaúcho está parcelando o pagamento de servidores públicos por não ter
como fechar suas contas.
O Ministro
disse ainda que deu mais prazo para o governo se defender no processo porque
foi comunicado pelo Advogado-Geral da União, Luis Adams, que, se recusasse, o
governo recorreria ao Supremo Tribunal Federal.
“Concedi
para evitar que o caso fosse para uma instância superior.”
CONSEQUÊNCIAS
DRAMÁTICAS
Nardes
voltou a afirmar que hoje o TCU questiona o governo sobre questões mais graves
do que as pedaladas. Segundo ele, o fato de o governo não ter cumprido o que
havia programado para contingenciar no ano passado, se não for explicado, terá
consequências mais dramáticas para a Presidente Dilma.
Ele
explicou que Ministros e subordinados podem ser responsabilizados pelas
pedaladas, mas o contingenciamento é uma prerrogativa exclusiva da Presidente.
O
governo havia dito que iria contingenciar, ou seja, não gastar, R$ 28 bilhões,
mas não o fez.
Uma
condenação do TCU é uma das principais apostas da oposição para abrir um
processo de impeachment contra a Presidente Dilma. Sem entrar no mérito, Nardes
afirmou que para conduzir um governo é preciso ter “credibilidade e confiança”.
“Daí o
ponto de ter contas confiáveis”, emendou.
HISTÓRICO
Em
junho, o TCU começou a votação das contas de 2014 da Presidente, mas o Relator
considerou que, devido a várias irregularidades constatadas pelo órgão, eram
necessários novos esclarecimentos do governo.
A
tendência, na época, era que as contas fossem rejeitadas devido às chamadas
pedaladas fiscais –manobras do governo para adiar pagamentos e usar bancos
públicos para cobrir as dívidas.
O
governo alega que as manobras com os gastos públicos são realizadas há muitos
anos e que não as considera ilegais.
Folha
de São Paulo
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