terça-feira, 14 de julho de 2015

CHEIRO DE PASSADO

Hoje eu acordei com cheiro de passado...  
Lembrei de um tempo bom... Ótimo! Tempo em que tudo era simples, porém divertido. Acordava cedo, ia para a Escola Estadual Desembargador Vicente Lemos... Ai, meu Deus! Escrevíamos esse nome todos os dias! Encontrava amigos... Sorriamos... Brincávamos... Tudo sem maldade e sem violência... E a aventura que era quando o rio enchia? Chegava a hora do recreio.... Ah, o recreio! O pátio da escola não tinha piso era grama... Havia uma cisterna que insistíamos em brincar em cima dela, porém tinha um grandão que não deixava e falava bravo – Seu Walter – quem não lembra das broncas dele? E a merenda? Cuscuz com sardinha, cuscuz com charque, sopa de feijão, sopão (era uma delícia), suco com biscoito (deixava um bigodinho), macarrão com almôndega (era uma briga para pegar o copo com duas). Valda era uma das merendeiras lembro dela! Minha nossa! A gente era muito feliz e não sabia! 
E quem não lembra do carrinho de confeitos de Seu Chico Calista? Ahhhh, mainha que não gostava porque a caderneta dele vivia cheia de fiado! Huuuum... E as rosquinhas de Dona Terezinha? Minha nossa! Ainda sinto o gosto na boca! Sem falar no dindin de Dona Maria de Chagas e de Maria Tomé, o picolé de tia Maria de Círo... A pracinha vivia cheia de crianças brincando... Eram bicicletas, piões, carros de lata, carros de madeira, cavalo de pau, brincadeiras, tica-tica, esconde-esconde, rouba bandeira, queimada, policial-ladrão, ... E tantas outras, mas tudo sem malícia! A gente corria descaço na rua, não tinha tanta doença. Banho de chuva era uma coisa divertida e tinha briga para quem ficava embaixo das bicas. Eu tive aula de reforço com Dona Isolete Campos... Aprendi a fazer "9 fora nada" com ela.... Faço até hoje para saber se a conta está certa... Tem pessoas que não sabem nem o que é isso!
"Ei, menino (a)! Não quero você correndo na minha calçada, viu? Se quer correr, corra na rua! Aqui não!". Quem lembra dessa bronca? kkkkkkkkk Levei muuuuuuuitas - Dona Terezinha Rodrigues! 
Não existia celular, computador e nem internet no nosso mundo... Como éramos felizes! Depressão era uma palavra desconhecida! A gente inventava qualquer brincadeira com o que tinha na hora.... Garrafa (servia para brincar de garrafão), areia (servia para brincar de bolinho), papel (servia para fazer avião), giz e chão (servia para fazer a estrada para os carros passarem), meia (servia para jogar bola), espiga de milho virava boneca ... Não faltava criatividade!
Gente... Seu Antonio Moreira tinha uma venda onde hoje é o mercadinho de Adriana, tia Lila tinha uma lojinha de tecidos na outra esquina, onde hoje mora meu tio Badoda, existia a mercearia de Vovó Domingos em frente à Igreja Assembleia de Deus, tinha uma rosquinha na padaria de Serginho que era uma delícia, Dona Zetinha tinha uma lojinha de tecidos, Dona Zefa tinha mercearia também... Lembro de tudo isso!
Olha só... Casa de Madson, Beco do engole, rua da macumba, parquinho do jardim, porteira da fazenda de Bilú, Casa de Seu Antonio Moreira... Quem nunca teve medo de entrar nesses lugares? As crianças achavam que eram mal assombrados! E as botijas? Verdade ou mentira? Eram coisas tão bestas, mas na época eram o terror... Vejam só como tudo mudou. Hoje, os medos são outros!
Tínhamos uma turma que não se separava, pois estudávamos juntos desde o prezinho... Prezinho com Elda; primeira série com Zilda... E assim vai! Não vou colocar o nome de todos aqui por medo de esquecer alguém... Mas tinha um trio inseparável: Janaina D'arc, Geniele Pereira e Eu! Nossos Professores eram respeitados. Não existia preconceito, ninguém era excluído. O mais importante era brincar, brincar e brincar. Tempo bom, alegre, divertido... Principalmente, inesquecível! Tempo em que a única preocupação era que o dia amanhecesse logo para tudo começar de novo.
Hoje, todos cresceram e construíram suas vidas longe ou perto. Infelizmente esse tempo não volta mais. Entretanto, foi vivido intensamente por uma geração que soube aproveitar a infância. Soube extrair das coisas mais simples da vida os melhores momentos para ficarem guardados em nossas lembranças. Possuímos uma herança que as gerações posteriores a nossa não tiveram e não terão – uma infância de verdade! 

Karoline Araújo de Melo

Um comentário:

  1. Muito interessante essa matéria! Comentei no face e faço questão de deixar meu ponto de vista em relação a ela aqui no blog do meu amigo Ozailton. A Karol fez um balanço geral de como teria sido a vida de infância em sua época. E porque não dizer na minha? Mesmo sendo eu bem mais velho do que ela! Me senti retratado no seu maravilhoso comentário (Texto), vendo muita semelhança entre sua infância e a minha, e nenhuma em relação a infância de hoje, se é bom ou ruim, não sei! Tirem suas conclusões? Volto á PARABENIZAR a Karol pelo belo texto e peço ao meu amigo Ozailton para que ele a deixe escrever em seu blog mais e mais matérias já que a mesma tem um maravilhoso texto e opinião própria, que é o que está faltando a maioria dos jovens hoje, abraço a todos. Ivanaldo de Dão.

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