domingo, 17 de junho de 2012

FILHA GASTA R$ 27 MIL POR MÊS PARA CONGELAR O CORPO DO PAI: QUER VÊ-LO RESSUSSITAR NO FUTURO

Ligia Monteiro, com o pai (Foto: Album de família) 
RIO - Uma história inusitada tem tirado o sono da família do engenheiro civil da Força Aérea Brasileira Luiz Felippe Dias de Andrade Monteiro, que morreu em fevereiro, aos 83 anos. Como antecipou a coluna de Ancelmo Gois na quinta-feira (14/06/2012), a Justiça, em primeira instância, deu ganho de causa a um desejo do militar que sofria de uma doença crônica e queria ser congelado, em vez de sepultado. Ele acreditava que, no futuro, a ciência poderia encontrar a cura para o seu mal. Como não deixou por escrito a decisão, o caso foi parar nos tribunais. Virou uma briga entre os vivos: não há consenso entre os familiares. 
A filha do segundo casamento de Luiz Felippe, Lígia Monteiro, que morava com ele no Rio, conta que estava disposta a fazer valer a última vontade do pai, manifestada antes de ele ter um acidente vascular cerebral. Mas, para isso, ela teria que autorizar o embarque do corpo para os EUA, onde seria congelado por uma empresa especializada em criogenia. Duas meias-irmãs, que moram no Rio Grande do Sul, são contrárias à ideia. 
Filhas do 1º casamento querem sepultamento
Segundo o advogado Rodrigo Marinho Crespo, as filhas do primeiro casamento de Luiz Felippe, que querem o sepultamento do pai no jazigo da família na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, tentam impedir o traslado do corpo para a empresa americana desde fevereiro. Na terça-feira, no entanto, a 20ª Câmara Cível bateu o martelo em favor de Lígia. Crespo, no entanto, diz que vai recorrer da decisão. 
— Eu sinto que são quatro meses de desrespeito. Ele era uma pessoa que prezava os rituais. Em momento algum, nos disse que gostaria de ser congelado. Acredito que uma palhaçada dessa natureza nunca sairia da cabeça dele — disse a professora Carmen Trois, de 51 anos, uma das filhas do primeiro casamento do engenheiro da FAB. 
Enquanto o imbróglio não se resolve, o corpo de Luiz Felippe é conservado por uma funerária no Rio em caixão de zinco, resfriado por gelo-seco. Pelo serviço, Lígia tem desembolsado quase R$ 900 por dia, cerca de R$ 27 mil por mês. 
Ela explica por que está brigando 
— O que eu tenho a perder? A única certeza que eu tenho é que, caso a ciência evolua, quem está enterrado não será ressuscitado. Mas, e quanto a quem é congelado? Não sabemos. Enquanto minhas irmãs querem um pedaço de mármore, eu quero realizar um sonho do meu pai — afirmou ela, ao contar sua história ao GLOBO.

Um comentário:

  1. tanta gente com fome e essa moça jogando real fora . o que e pó volta para o pó

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