A Folha de São Paulo destaca que, em sua sessão de
despedida depois de 44 anos na Câmara dos Deputados, o Presidente da Casa,
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chegou às lágrimas na noite desta
quarta-feira (17/12/2014) ao ser homenageado por colegas. Nas eleições de
outubro, o peemedebista deixou de disputar a reeleição para o Congresso e
tentou se eleger para o governo do Rio Grande do Norte, mas acabou derrotado.
Agora, ele é cotado para assumir um Ministério no segundo mandato da Presidente
Dilma Rousseff na cota do PMDB da Câmara.
A homenagem ocorreu após quase nove horas de
sessão, sendo prestigiado por parlamentares governistas e oposicionistas. “Vai
ter a Câmara antes e (a Câmara) depois de Henrique Eduardo Alves”, disse o
líder do PT, Vicentinho (SP). “O senhor tem uma carreira brilhante, de muito
respeito”, completou. Responsável por puxar a série de homenagens, o Deputado
Nilson Leitão (PSDB-MT), afirmou que a “história da Câmara se confunde com a
história de Alves”.
Ao ouvir os deputados, Alves chorou, tirou um lenço
do bolso para enxugar as lágrimas, agradeceu os cumprimentos, mas não se
manifestou. Há quase dois anos no comando da Casa, Alves colecionou
enfrentamentos com o Planalto, impondo derrotas ao governo da Presidente Dilma
Rousseff, e também com o STF (Supremo Tribunal Federal) ao defender, por
exemplo, autonomia do Parlamento para discutir propostas.
Ele deixa o comando da Casa sem conseguir aprovar
sua principal bandeira de campanha que torna obrigatória a execução de obras e
investimentos indicados por deputados e senadores ao Orçamento – as chamadas
emendas parlamentares. Nos bastidores, congressistas dão como certo a volta da
proposta para a gaveta do Congresso.
As emendas parlamentares são um dos pontos mais
sensíveis na relação entre o Congresso e o Executivo. A liberação das verbas é
usada como moeda de troca, pelos dois lados, especialmente em meio a votações
de projetos estratégicos. Parceiro do Vice-Presidente, Michel Temer, Alves
trabalha agora para eleger o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), para sucedê-lo,
mesmo com a resistência do Planalto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário