O
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afastou nesta terça-feira (08/12), a hipótese
da volta à cédula de papel nas eleições de 2016. A ideia começou a ser aventada
depois de diversas autoridades do Poder Judiciário terem divulgado uma Portaria
no Diário Oficial da União afirmando que “o contingenciamento imposto à Justiça
Eleitoral inviabilizará as eleições de 2016 por meio eletrônico”.
A Assessoria
do TSE, informa, no entanto, que mesmo que o contingenciamento seja mantido,
isso não quer dizer que haverá votação manual em todo o País. “Significa que as
urnas modelo 2004 (UE 2004), que já estão ultrapassadas, não poderão ser
substituídas pelo TSE, pois não poderemos adquirir novos equipamentos”,
explicou o Órgão.
No
total, 100 mil novas urnas devem deixar de ser compradas, de um total de 532
mil aparelhos a serem usados no pleito do ano que vem.
O Coordenador
do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC-Minas, Robson Sávio, também não
acredita que o TSE irá abrir mão da votação por meio eletrônico. “Essa Portaria
tem muito mais um caráter político, de pressão, de chantagem, no sentido de
pressionar o governo a não fazer o corte. Nos últimos 20 anos a Justiça
Eleitoral tem ressaltado como a urna eletrônica deixou o processo eleitoral
mais seguro e transparente. Não irá abrir mão dessa consolidação”, avalia ele.
O
especialista acredita, no entanto, que ainda há espaço para se negociar com o
governo federal uma revisão do corte de gastos no TSE.
Valores.
No novo contingenciamento de R$ 11,2 bilhões anunciado nesta segunda pelo
governo federal, pelo menos R$ 1,7 bilhão atingirão o Judiciário. Desse corte,
pelo menos R$ 430 milhões estão dentro do orçamento da Justiça Eleitoral.
Segundo
o TSE, a realização das eleições majoritárias de 2014 custou cerca de R$ 827
milhões aos cofres públicos. Ainda não há uma estimativa para os gastos em
2016, quando serão eleitos Prefeitos e Vereadores.
Urnas
Licitação.
Antes do corte de gastos, uma licitação havia sido aberta para a aquisição de
equipamentos, com despesa prevista de R$ 200 milhões. O TSE ainda não decidiu
se manterá o processo.
Toffoli
diz que corte é menor que fundo
Brasília.
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministro Dias Toffoli
afirmou nesta terça-feira que o recurso necessário para a realização das
eleições municipais de 2016 com voto eletrônico é muito menor do que a verba
destinada ao fundo partidário. O fundo é usado para manter a infraestrutura das
siglas e nas campanhas.
Neste
ano, as siglas vão receber mais de R$ 800 milhões. Toffoli afirmou que alguns
Estados não terão como ter urnas eletrônicas se o governo não recuar.
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