Em uma partida em que a tensão e a pressão pela vitória formavam a dupla com a qual ambas as equipes precisavam se preocupar - e com a qual somente uma delas soube lidar - o México venceu a França por 2 a 0 - gols de Hernández e de Blanco, este de pênalti - em um jogo ruim e de baixo nível técnico, e que aumentou a crise por que passa a equipe européia, rachada e com o treinador sem apoio da maioria dos jogadores e da imprensa de seu país. Para os mexicanos, a vitória ainda entra para a história por ser a primeira contra os franceses em sete duelos - os franceses haviam vencido cinco e empatado um nos seis encontros anteriores.
Com o resultado, o México soma quatro pontos e está em segundo lugar no Grupo B, atrás do Uruguai no saldo de gols - dois, contra três dos sul-americanos. França e África do Sul somam um ponto, e se enfrentam na última rodada, com remotas chances de classificação, já que um empate entre mexicanos e uruguaios - que fazem o outro jogo do grupo - põe as duas seleções latino-americanas nas oitavas de final. Vale lembrar que o segundo colocado neste grupo enfrenta o primeiro colocado do Grupo A - provavelmente a Argentina. Os dois jogos acontecem no dia 22 de junho, ambos 11h (16h de Joanesburgo).
O atacante mexicano Hernandez passa pelo goleiro Lloris e faz o primeiro gol do México contra a França Foto: Agência Reuters)
Antes da partida, uma cena emocionante: o lateral Evra, capitão da França, emocionou-se com a execução da Marselhesa - o Hino Nacional francês - e chorou. Confira a imagem no vídeo ao lado.
O jogo
Logo aos três minutos, os mexicanos mostraram que se armariam no contra-ataque para surpreender a defesa da França. Aos três minutos, em posição de impedimento, Giovani dos Santos recebeu a bola pela esquerda e acertou a trave de Lloris. Sete minutos depois, Vela recebeu lançamento de Rafa Márquez e chutou forte, mas a bola subiu demais e não ofereceu perigo para a França.
A França mantinha o time no campo de ataque, pressionando o México principalmente com Ribéry, mas o centroavante Anelka tinha de recuar muito para receber a bola, pois ela não chegava à área em condições de finalização. Com a defesa exposta, os franceses tinham que conter as subidas em velocidade dos três atacantes mexicanos e, pressionados, cediam laterais seguidos na defesa.
México começa pressionando nos contra-ataques
Em uma subida ao ataque de Salcido, o lateral passou pela defesa francesa pela esquerda e, de frente para Lloris, chutou de bico, em cima do goleiro francês, que salvou os Bleus de sofrerem o primeiro gol. Aos 29 minutos, Vela sentiu uma lesão na coxa direita e teve que ser substituído por Pablo Barrera, que, em seu primeiro lance, dividiu a bola no alto com Lloris e, por pouco, não fez o primeiro gol do México.
Giovani dos Santos (17) é marcado duramente pelo atacante francês Franck Ribéry, da França (Foto: AFP)
A tensão da partida aumentava na medida em que as defesas prevaleciam sobre os ataques, e as jogadas ofensivas não levavam perigo aos goleiros de ambas as equipes. Com mais posse de bola, os franceses chegavam com mais freqüência ao ataque, principalmente pela direita, mas os cruzamentos não achavam os atacantes na área, muito em função do bom posicionamento da defesa mexicana. Na segunda metade do primeiro tempo, a França também acertou a marcação no meio-de-campo, forçando o México ao erro e, por conseqüência, diminuindo o perigo ao gol francês.
Segundo tempo é tenso, com muitas faltas e cartões
O segundo tempo começou com Gignac no lugar de Anelka no ataque francês, mas o que aumentou foi a tensão das duas equipes em campo. Uma pequena discussão entre Juárez e Malouda e uma entrada forte de Moreno em Ribéry renderam cartões amarelos aos mexicanos. A França conseguiu a primeira chance de gol aos nove minutos, com um chute forte de Malouda de fora da área, para boa defesa de Pérez.
Mostrando-se insatisfeito com a produção ofensiva da sua equipe, o técnico Javier Aguirre, do México, colocou o atacante Hernández no lugar do meia Juárez logo aos dez minutos da etapa final, na tentativa de diminuir o isolamento de Giovani dos Santos e Franco no campo francês. Como o panorama não mudou, Aguirre foi com tudo para o ataque, e pôs o veterano Blanco, de 37 anos, no lugar de Franco.
No lance seguinte, aos 19 minutos, Rafa Márquez fez um belo lançamento do campo de defesa para Hernández - eleito o melhor em campo pela FIFA - que, em posição legal, recebeu livre no ataque, driblou o goleiro Lloris e abriu o placar, fazendo México 1 a 0. O gol forçou o técnico Raymond Domenech a mexer na equipe, tirando o meia Govou e pondo o atacante Valbuena em campo.
Aos 33 minutos, com a França desesperada para empatar o jogo, o México ampliou o placar com o veterano Blanco, de pênalti, após Abidal cometer falta sobre Barrera no bico direito da grande área. Além de garantir a vitória mexicana, o gol põe Blanco como o único jogador mexicano a fazer gols em três Copas do Mundo - já havia marcado em 2002 e em 2006.
O veterano Blanco festeja o segundo gol do México na vitória sobre a França em Polorwane (Foto AFP)
Após o segundo gol mexicano, a França pareceu se entregar em campo, não criando praticamente mais nenhum lance de perigo. Os mexicanos, por sua vez, tocavam a bola e esperavam o apito final do árbitro, que aconteceu após os três minutos de acréscimo. O técnico Raymond Domenech, que acompanhou impassível a derrocada de sua equipe, pareceu demonstrar alívio com o fim de mais um capítulo lamentável da história francesa na África do Sul.
Fonte: globoesporte.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário