Atacante marca três vezes em jogo que confirma o poder da bola aérea dos hermanos; falha de Demichelis e lesão de Samuel ligam o alerta na defesa
Na estréia, ele foi massacrado - e não sem motivo, diante do caminhão de gols perdidos contra a Nigéria. Cinco dias depois, veio a redenção para Gonzalo Higuaín. O atacante argentino empurrou a bola para a rede três vezes, assumiu a artilharia da Copa e, de vilão na primeira rodada, passou a herói ovacionado pela torcida na goleada desta quinta-feira sobre a Coréia do Sul. A vitória por 4 a 1 mostrou o que os hermanos têm de melhor - o poder da bola aérea - e de pior - a fragilidade da defesa. De quebra, deixou os comandados de Maradona praticamente classificados para a segunda fase.
Após a bronca do técnico pelas chances perdidas na estréia, o ataque argentino acordou. Mas quem abriu caminho para o triunfo nesta quinta foi o gol contra do sul-coreano Chu-Young, aos 17 minutos do primeiro tempo. Higuaín ampliou de cabeça, e Chung-Young diminuiu antes do intervalo, aproveitando falha de Demichelis. O camisa 9 completou o serviço aos 31 e aos 35 do segundo tempo. Saiu aplaudido pelos 82.174 torcedores em Joanesburgo e, em vez de bronca, ganhou um abraço afetuoso de Don Diego. Novamente de terno à beira do campo, o treinador ainda viu boas atuações de Tevez, Messi, Di Maria e Agüero. Higuain marcou três vezes e deixou o campo aplaudido pela torcida e por Maradona (Foto: Getty Imagens)
Um empate entre Grécia e Nigéria, às 11h, é o suficiente para garantir a classificação matemática para as oitavas de final. Os hermanos voltam a campo no dia 22, para encerrar a primeira fase diante da Grécia.
O jogo
As duas seleções abriram os trabalhos nesta quinta-feira como se estivessem no fuso brasileiro, curtindo o sono da manhã. Nos primeiros 15 minutos, pouco aconteceu. E aos 17, entrou em campo um roteiro muito parecido com o do jogo de abertura contra a Nigéria: na falta de jogadas pelo chão, bola alçada na área e um gol tranqüilizador.
Se na estréia Heinze completou o cruzamento de Verón, desta vez os personagens foram outros. Messi cobrou falta da esquerda e contou com uma valiosa ajuda asiática. O cruzamento foi encontrar o atacante Chu-Young, que estava ali justamente para ajudar a defesa. A bola bateu na canela dele e matou o goleiro Sung-Ryong, que ainda tentou esticar o pé esquerdo, mas viu a rede balançar pela primeira vez no dia.
O gol contra animou os argentinos, que tinham em Tevez e Di Maria seus maiores focos de brilho dentro do campo. Bem marcado, Messi não conseguiu produzir bem no início do jogo. E além de ver seu craque em dificuldades, Maradona ainda teve de substituir o zagueiro Samuel, com uma lesão na coxa, por Burdisso, que entrou aos 20.
À beira do campo, o técnico desejou boa sorte ao reserva dando-lhe um tapa estalado no traseiro. E, acredite, funcionou. Mas antes de chegar à participação de Burdisso no segundo gol, vale narrar a jogada inteira, que começou com a raça de Tevez. O camisa 11 dá um bote no zagueiro e rouba a bola no ataque. Na linha de fundo, se enrosca com dois defensores e sofre a falta. Maxi Rodríguez rola para Messi, recebe de volta, cruza para a área e... aí sim, lá estava Burdisso para cumprir bem seu papel de coadjuvante, 11 minutos depois de entrar. Ele desviou o cruzamento de cabeça, e a bola passou por toda a zaga coreana até chegar a Higuaín. Sozinho na pequena área, o atacante cabeceou para o chão, e o goleiro não conseguiu chegar. Argentina 2 a 0. Tevez luta entre dois coreanos: o atacante foi um dos destaques da partida (Foto: AFP)
Os hermanos ganharam ainda mais fôlego e partiram para cima. Aos 43, veio o melhor lance de Messi no primeiro tempo. Em trama veloz, o craque recebeu passe curto de Tevez e, no espaço de um lenço, embaralhou três nomes complicados: Jung-Soo, Beom-Seok e Jung-Woo. Livre da marcação, em vez do chute forte, optou por bater colocado, e a bola passou perto da trave.
Tudo caminhava bem para a Argentina até Demichelis botar água no próprio chope. Aparentemente soberano no lance, o zagueiro deu uma incrível bobeada. Dominou errado e deixou a bola passar para Chung-Yong. O sul-coreano invadiu a área, bateu na saída de Romero e diminuiu para 2 a 1 no último lance do primeiro tempo. Ducha de água fria no time de Maradona. Mas o técnico não acusou o golpe e aplaudiu cada um dos seus comandados na saída para o vestiário.
O carinho de Don Diego funcionou no início da segunda etapa, e os argentinos voltaram mais insinuantes. Aos cinco, Tevez enfiou linda bola para Di Maria, que cruzou para Higuaín, mas a conclusão do atacante parou na ótima defesa de Sung-Ryong. Seria o retorno do espírito da estréia? Higuaín voltaria a perder gols em série. Não. O que era dele já estava guardado.
Antes da redenção completa do camisa 9, contudo, os asiáticos acordaram. Pouco depois de uma falta cobrada com perigo por Chu-Young, veio uma grande chance: Park Ji-Sung colocou Kihun na cara do gol. Livre, o atacante concluiu mal. A bola bateu na rede pelo lado de fora, mas teve gente vendo errado nas arquibancadas do Soccer City. Torcedores sul-coreanos vibraram, gritaram e se abraçaram. Tudo em vão. Segue o jogo.
Após correr o tempo todo, Tevez cansou. Em seu lugar, Maradona mandou a campo o genro Agüero. E foi ele que tabelou com Messi na linda jogada do terceiro gol. O craque invadiu a área e chutou. O goleiro defendeu com o pé esquerdo, e a bola voltou para Messi. O segundo chute carimbou a trave e sobrou para Higuaín. Mais livre do que nunca, quase em cima da linha, o atacante só empurrou para a rede: 3 a 1.
Criticado na estréia, Higuaín, quem diria, virou o artilheiro da Copa logo em seguida. Em mais uma trama de Messi e Agüero, o camisa 10 lançou linda bola pelo alto, e o genro do técnico cruzou na cabeça de Higuaín, que mais uma vez só cumprimentou. Era o bastante. Logo depois, o atacante foi substituído por Bolatti e deixou o campo ovacionado pela torcida.
Apesar da lambança de Demichelis e da lesão de Samuel, que abrem dúvidas na defesa, ficou a impressão de que o poder de fogo no ataque pode levar longe os comandados de Maradona.
Na estréia, ele foi massacrado - e não sem motivo, diante do caminhão de gols perdidos contra a Nigéria. Cinco dias depois, veio a redenção para Gonzalo Higuaín. O atacante argentino empurrou a bola para a rede três vezes, assumiu a artilharia da Copa e, de vilão na primeira rodada, passou a herói ovacionado pela torcida na goleada desta quinta-feira sobre a Coréia do Sul. A vitória por 4 a 1 mostrou o que os hermanos têm de melhor - o poder da bola aérea - e de pior - a fragilidade da defesa. De quebra, deixou os comandados de Maradona praticamente classificados para a segunda fase.
Após a bronca do técnico pelas chances perdidas na estréia, o ataque argentino acordou. Mas quem abriu caminho para o triunfo nesta quinta foi o gol contra do sul-coreano Chu-Young, aos 17 minutos do primeiro tempo. Higuaín ampliou de cabeça, e Chung-Young diminuiu antes do intervalo, aproveitando falha de Demichelis. O camisa 9 completou o serviço aos 31 e aos 35 do segundo tempo. Saiu aplaudido pelos 82.174 torcedores em Joanesburgo e, em vez de bronca, ganhou um abraço afetuoso de Don Diego. Novamente de terno à beira do campo, o treinador ainda viu boas atuações de Tevez, Messi, Di Maria e Agüero. Higuain marcou três vezes e deixou o campo aplaudido pela torcida e por Maradona (Foto: Getty Imagens)
Um empate entre Grécia e Nigéria, às 11h, é o suficiente para garantir a classificação matemática para as oitavas de final. Os hermanos voltam a campo no dia 22, para encerrar a primeira fase diante da Grécia.
O jogo
As duas seleções abriram os trabalhos nesta quinta-feira como se estivessem no fuso brasileiro, curtindo o sono da manhã. Nos primeiros 15 minutos, pouco aconteceu. E aos 17, entrou em campo um roteiro muito parecido com o do jogo de abertura contra a Nigéria: na falta de jogadas pelo chão, bola alçada na área e um gol tranqüilizador.
Se na estréia Heinze completou o cruzamento de Verón, desta vez os personagens foram outros. Messi cobrou falta da esquerda e contou com uma valiosa ajuda asiática. O cruzamento foi encontrar o atacante Chu-Young, que estava ali justamente para ajudar a defesa. A bola bateu na canela dele e matou o goleiro Sung-Ryong, que ainda tentou esticar o pé esquerdo, mas viu a rede balançar pela primeira vez no dia.
O gol contra animou os argentinos, que tinham em Tevez e Di Maria seus maiores focos de brilho dentro do campo. Bem marcado, Messi não conseguiu produzir bem no início do jogo. E além de ver seu craque em dificuldades, Maradona ainda teve de substituir o zagueiro Samuel, com uma lesão na coxa, por Burdisso, que entrou aos 20.
À beira do campo, o técnico desejou boa sorte ao reserva dando-lhe um tapa estalado no traseiro. E, acredite, funcionou. Mas antes de chegar à participação de Burdisso no segundo gol, vale narrar a jogada inteira, que começou com a raça de Tevez. O camisa 11 dá um bote no zagueiro e rouba a bola no ataque. Na linha de fundo, se enrosca com dois defensores e sofre a falta. Maxi Rodríguez rola para Messi, recebe de volta, cruza para a área e... aí sim, lá estava Burdisso para cumprir bem seu papel de coadjuvante, 11 minutos depois de entrar. Ele desviou o cruzamento de cabeça, e a bola passou por toda a zaga coreana até chegar a Higuaín. Sozinho na pequena área, o atacante cabeceou para o chão, e o goleiro não conseguiu chegar. Argentina 2 a 0. Tevez luta entre dois coreanos: o atacante foi um dos destaques da partida (Foto: AFP)
Os hermanos ganharam ainda mais fôlego e partiram para cima. Aos 43, veio o melhor lance de Messi no primeiro tempo. Em trama veloz, o craque recebeu passe curto de Tevez e, no espaço de um lenço, embaralhou três nomes complicados: Jung-Soo, Beom-Seok e Jung-Woo. Livre da marcação, em vez do chute forte, optou por bater colocado, e a bola passou perto da trave.
Tudo caminhava bem para a Argentina até Demichelis botar água no próprio chope. Aparentemente soberano no lance, o zagueiro deu uma incrível bobeada. Dominou errado e deixou a bola passar para Chung-Yong. O sul-coreano invadiu a área, bateu na saída de Romero e diminuiu para 2 a 1 no último lance do primeiro tempo. Ducha de água fria no time de Maradona. Mas o técnico não acusou o golpe e aplaudiu cada um dos seus comandados na saída para o vestiário.
O carinho de Don Diego funcionou no início da segunda etapa, e os argentinos voltaram mais insinuantes. Aos cinco, Tevez enfiou linda bola para Di Maria, que cruzou para Higuaín, mas a conclusão do atacante parou na ótima defesa de Sung-Ryong. Seria o retorno do espírito da estréia? Higuaín voltaria a perder gols em série. Não. O que era dele já estava guardado.
Antes da redenção completa do camisa 9, contudo, os asiáticos acordaram. Pouco depois de uma falta cobrada com perigo por Chu-Young, veio uma grande chance: Park Ji-Sung colocou Kihun na cara do gol. Livre, o atacante concluiu mal. A bola bateu na rede pelo lado de fora, mas teve gente vendo errado nas arquibancadas do Soccer City. Torcedores sul-coreanos vibraram, gritaram e se abraçaram. Tudo em vão. Segue o jogo.
Após correr o tempo todo, Tevez cansou. Em seu lugar, Maradona mandou a campo o genro Agüero. E foi ele que tabelou com Messi na linda jogada do terceiro gol. O craque invadiu a área e chutou. O goleiro defendeu com o pé esquerdo, e a bola voltou para Messi. O segundo chute carimbou a trave e sobrou para Higuaín. Mais livre do que nunca, quase em cima da linha, o atacante só empurrou para a rede: 3 a 1.
Criticado na estréia, Higuaín, quem diria, virou o artilheiro da Copa logo em seguida. Em mais uma trama de Messi e Agüero, o camisa 10 lançou linda bola pelo alto, e o genro do técnico cruzou na cabeça de Higuaín, que mais uma vez só cumprimentou. Era o bastante. Logo depois, o atacante foi substituído por Bolatti e deixou o campo ovacionado pela torcida.
Apesar da lambança de Demichelis e da lesão de Samuel, que abrem dúvidas na defesa, ficou a impressão de que o poder de fogo no ataque pode levar longe os comandados de Maradona.
Fonte: globo.com
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