quarta-feira, 7 de julho de 2010

ENFURECIDA! ESPANHA DESBANCA ALEMANHA E VAI À FINAL DA COPA

Fúria barra bom futebol alemão e vence por 1 a 0, com gol de Puyol. Copa do Mundo terá campeão inédito
Que soem sem parar as castanholas, que touro e toureiro façam as pazes, que o madrileno, o catalão e o basco compartilhem o mesmo abraço, porque a Espanha, pela primeira vez, está em uma final de Copa do Mundo. A Fúria mostrou sua raiva, “La Roja” apresentou o vermelho de seu sangue, a seleção de Vicente del Bosque jogou demais para vencer a Alemanha por 1 a 0 nesta quarta-feira, em Durban, e garantir presença na grande decisão pela primeira vez. O planeta espera um campeão inédito: Espanha e Holanda, domingo (às 15h30m de Brasília), no Soccer City, decidirão quem passa à turma dos vencedores.
Xavi foi escolhido o craque do jogo, mas foi de Puyol, gigante na defesa, o gol da classificação. Foi no segundo tempo, de cabeça, em um lance emblemático para um dos símbolos de uma geração que tenta matar a fome de títulos dos espanhóis. A Alemanha, bem menos brilhante do que contra Inglaterra e Argentina, agora lutará pelo terceiro lugar. O jogo é sábado, em Porto Elizabeth, contra o Uruguai.
Espanha espanhola, Alemanha alemã
Por alguma dessas mágicas que só o futebol tem, o primeiro tempo do jogo em Durban acabou com a brincadeira de troca de papéis que Alemanha e Espanha faziam na Copa do Mundo. Foi uma Espanha espanhola, com qualidade, bola na pé, superioridade técnica, diante de uma Alemanha alemã, compacta, matemática na distribuição de seus jogadores, mas sem aquele brilho que apresentou para cegar adversários como Inglaterra e Argentina. Pertenceu à Fúria a etapa inicial no Moses Mabhida.
Faltou o gol à Espanha. E faltou aquele encaixe final que vem rendendo goleadas à Alemanha. “La Roja” usou seu jeitão de coletividade fominha para ser melhor nos primeiros 45 minutos. Jogou como o moleque que é dono da bola nas peladas de rua: é dele e ninguém tasca - teve 57% da posse, com seis chutes a gol, contra apenas um da Alemanha. Desta vez, a Fúria teve o acréscimo de Pedro, prodígio do Barcelona, bem mais participativo do que vinha sendo Fernando Torres. É uma engrenagem de meter medo: Pedro, Xavi, Xabo Alonso, Sergio Ramos, Iniesta (parece que há uns 17 Iniestas em cada centímetro do campo), todos em busca de David Villa, a peça final. O lance decisivo: Puyol sobe mais alto do que a zaga alemã e do que o companheiro Piqué (Foto Reuters)
Peça final, susto inicial. Eram cinco minutos de jogo quando Pedro encontrou Villa em condições de marcar. O artilheiro do Mundial recebeu e preparou o bote. Quando percebeu, viu Neuer se agigantando na frente dele. O chute do craque espanhol foi abafado pelo goleirão da Alemanha. A seleção de melhor futebol até as semifinais da Copa recebia o primeiro aviso de que a Espanha pretendia encerrar o período de hibernação futebolística.
Seguiu dando Fúria. Aos 13 minutos, Iniesta (ou um dos 17 que ocupam cada centímetro do campo) cruzou da direita. Puyol subiu bonito, subiu alto, subiu como sobem os zagueiros que marcarão o gol. O cabeceio dele foi um tiro. Mas a bala foi perdida. A bola passou por cima do gol de Neuer, gerando um “uh” coletivo – no Moses Mabhida, na Alemanha, na Espanha, sabe-se lá em quantos lugares do mundo.
A Alemanha, aos poucos, foi controlando o ânimo espanhol. “La Roja” viu suas ameaças ficarem mais raras. O problema para os tricampeões foi a incapacidade de encontrar a mesma criatividade de outros jogos – talvez a ausência de Müller, suspenso, seja a maior culpada. Houve pelo menos três lances em que os germânicos partiram para o contra-ataque com o veneno habitual. Mas se enrolaram nas próprias pernas. A Alemanha ficou resumida a cruzamentos para área, um chute de Trochowski defendido por Casillas e um pênalti reclamado por Özil, que deixou a perna para ser tocado por Sergio Ramos na entrada da área.
As rugas de Puyol na bola: Espanha na final!
O jogo recomeçou do jeito que parou, mas em versão acelerada. A Espanha pisou no segundo tempo ainda mais superior do que no primeiro. Foi uma coleção de chances de gol. Na primeira, Pedro passou por meio time da Alemanha e rolou para Xabi Alonso, que bateu mal. Na segunda, o jogador do Real Madrid teve nova chance, desta vez ao receber passe de Xavi, e voltou a errar. Na terceira, Villa bateu colocado, no cantinho esquerdo de Neuer, com muito perigo. Na quarta, a bola não entrou porque é teimosa mesmo. Mertesacker e Schweinteiger lamenta a eliminação alemã na semifinal da Copa (Foto: Getty Imagens)
Foi aos 12 minutos. A Espanha se aproximou da área alemã em bloco, trocando passes com precisão milimétrica, como se fosse a ação mais natural do mundo. A bola chegou até Pedro, que mandou a patada. Neuer espalmou, mas a jogada teve sequência logo depois, com Iniesta. O meia do Barcelona avançou pela esquerda, chegou à linha de fundo, já dentro da área, e mandou uma pancada como cruzamento. David Villa tem 1,75m. Se tivesse 1,76m, teria feito o gol. Esticar cada osso do corpo em um carrinho não foi suficiente para o goleador deixar sua marca.
A Alemanha até tentou mostrar que não estava dormindo. Klose recebeu cruzamento e encaixou o corpo para emendar voleio. O chute foi por cima. Mas a Espanha logo reagiu. Sergio Ramos entrou de surpresa na área alemã e quase completou cruzamento de Alonso.
A Alemanha, tão pressionada, resolveu dar um grito de que encrencaria o jogo. Kroos apareceu pela direita e mandou uma pancada em diagonal. Casillas salvou. Parecia que os tricampeões acordariam. E foi aí que mergulharam no sono da eliminação. Aos 27 minutos, Xavi cobrou escanteio e Puyol subiu. Lembra dele? Lembra do zagueiro que, no primeiro tempo, subiu bonito, subiu alto, subiu como sobem os zagueiros que marcarão o gol? Neuer, o goleiro da Alemanha, vai lembrar por todo o sempre. As rugas da testa do jogador de 32 anos estão eternizadas na bola. Golaço.
A Espanha ainda poderia ter chegado ao segundo gol, mas Pedro preferiu enfeitar o lance em vez de fazer o passe a Torres, que acabara de substituir o artilheiro Villa. Mas não fez falta, e o resto é alegria e tristeza. Alegria de uma seleção que alcança um feito inédito. Tristeza de uma seleção que jogou bonito, que encantou o mundo, mas que, desta vez, não estará na final. Espanha ou Holanda, Holanda ou Espanha. O grupo dos campeões mundiais terá um novo integrante no domingo.
Fonte: globo.com

HOLANDA DESPACHA O URUGUAI E, 32 ANOS DEPOIS, VOLTA À FINAL DA COPA

Celeste tenta o empate até o último minuto, mas Laranja segura a pressão, vence por 3 a 2 e avança para a decisão, contra Espanha ou Alemanha
Fonte: globo.com
A Holanda está de volta a uma final de Copa do Mundo após 32 anos. A geração de Robben, Van Persie e Sneijder se iguala ao time de Krol, Neeskens e Rep e coloca a Laranja na decisão do Mundial da África do Sul. A vaga veio com uma vitória sobre o Uruguai, por 3 a 2, nesta terça-feira, no estádio Green Point, na Cidade do Cabo. A última vez da Holanda numa decisão de Mundial foi na Argentina, em 1978. Naquele ano, sem Cruyff, a equipe foi vice-campeã pela segunda vez consecutiva. Agora, tenta o título inédito para provar que o futebol bonito também pode ser eficiente.
A outra vaga na final será disputada por Espanha e Alemanha nesta quarta-feira, às 15h30m, em Durban. O vencedor briga com a Holanda pela taça no domingo, no mesmo horário, no Soccer City, em Joanesburgo. O perdedor decide o terceiro lugar com o Uruguai no sábado, em Porto Elizabeth. Robeen faz o gol e parte para o abraço: a Holanda está na final da Copa do Mundo (Foto: AFP)
A Laranja abriu o placar nesta terça com uma bomba de Van Bronckhorst de fora da área, e o Uruguai empatou na mesma moeda com Forlán, ainda no primeiro tempo. No segundo, Sneijder e Robben marcaram, e Maxi Pereira diminuiu já nos acréscimos. No site da Fifa, os internautas escolheram Sneijder como o melhor do jogo. O gol dele, no entanto, foi cercado de polêmica: os uruguaios reclamam de impedimento de Van Persie, que não chegou a tocar na bola, mas participou do lance em posição ilegal.
O jogo
A Holanda é um time mais técnico que o Uruguai. Provou isso durante todo o primeiro tempo: tocando a bola de pé em pé, buscando um espaço, uma brecha que fosse, para tentar penetrar no paredão celeste. A equipe sul-americana, aguerrida, conseguia brecar as investidas dos homens de laranja e tentava encaixar um contra-ataque. Faltava, porém, acerto no passe. Forlán e Cavani só viam a bola passando por cima. Em vão, tentavam lutar contra os grandalhões holandeses.
Com isso, o jogo ficou restrito à intermediária. A bola ficava por ali, mais sob o domínio da Holanda que do Uruguai. A tentativa de Kuyt, logo aos três minutos, que recebeu cruzamento de Sneijder e mandou por cima do gol, parecia que seria a única a se aproximar do gol uruguaio. Foi então que os jogadores perceberam que a solução era arriscar o chute de fora da área. A Jabulani não é traiçoeira? Então, bombas para o gol.
O primeiro a acertar o tiro foi Van Bronckhorst, aos 18 minutos. A Holanda veio com seu toque paciente. A bola saiu de Robben, na direita, e chegou a Kuyt, que percebeu o lateral-esquerdo vindo. A bola foi rolada e o capitão holandês, que estava a 36 metros do gol, mandou uma bomba certeira. A bola, que viajou a 109km/h, não pegou efeito: saiu quase em linha reta na direção do ângulo esquerdo de Muslera, que até chegou a encostar nela, mas não o suficiente para desviá-la. Um golaço. Muslera se estica, mas não consegue pegar o chute de Van Bronckhorst (Foto: Getty Imagens)
O gol, porém, não mudou o panorama do jogo. A Holanda seguia tentando controlar o jogo trocando passes e o Uruguai buscava acertar pelo menos três trocas de bola para se aproximar da área. Estava difícil. Aos 27 minutos, um susto. Após cobrança de escanteio de Forlán, Cáceres tentou mandar a bola de bicicleta para o gol, mas acabou acertou o chute no rosto do volante De Zeeuw. O jogador holandês chegou a ficar desacordado. O lance causou um início de confusão, com Sneijder tentando tomar as dores do companheiro. O carrasco brasileiro (marcou os dois gols holandeses que despacharam o Brasil nas quartas de final) acabou levando o amarelo. Forlan chuta para empatar no primeiro tempo: esperança uruguaia antes do intervalo (Foto: Getty Imagens)
Como estava difícil chegar tocando, o Uruguai resolveu tentar a mesma solução encontrada pelo adversário: os chutes de fora. O primeiro só veio aos 36, com Álvaro Pereira, que não chegou a assustar o goleiro Stekelenburg. Mas o segundo, aos 41, foi inapelável. Forlán recebeu pela direita, cortou para o pé esquerdo e chutou. A bola fez uma curva da esquerda para a direita e atrapalhou o goleiro, que até deu um tapa na bola, mas sem conseguir mandá-la para fora. Estava empatada a partida.
Laranja decide no segundo tempo
A Holanda voltou para o segundo tempo com uma formação diferente. O técnico Bert Van Marwijk tirou o volante De Zeeuw, que levou um chute no rosto no primeiro tempo, e colocou em campo mais um meia: Van Der Vaart. Restou apenas Van Bommel na proteção à zaga, mas isso não fez muita diferença, já que o Uruguai seguia recuado.
Com mais um armador em campo, Sneijder ficou ainda mais solto e começou a aparecer. O toque de bola holandês tornou-se envolvente e encurralou os uruguaios. Os gols não tardaram a sair, já que a pressão era intensa. Aos 25, Sneijder dominou pela esquerda, cortou para o meio e chutou de direita. A bola desviou em Maxi Pereira e entrou. Os uruguaios reclamaram de impedimento de Van Persie, que não chegou a encostar na bola, mas o árbitro validou o gol. Sneijder (10) festeja o seu gol (Foto: AFP)
O golpe foi duro e deixou a Celeste grogue. Aos 28, veio mais um. Kuyt recebeu pela esquerda e acertou ótimo cruzamento para Robben, que subiu livre e escorou. A bola foi no cantinho direito de Muslera e ainda beijou o pé da trave antes de entrar.
O Uruguai, contudo, não se entregou. A pressão da Celeste rendeu frutos aos 47, quando Maxi Pereira reduziu a vantagem e incendiou o fim do jogo. O árbitro, que tinha prometido dar três minutos de acréscimos, fez a partida beirar os 50, para desespero dos holandeses. A equipe sul-americana manteve o abafa até o apito final, mas não deu. Tristeza em azul, euforia em laranja na Cidade do Cabo. Lugano, que não jogou a partida decisiva, reclamou da arbitragem após o apito final (Foto: Agência Reuters)

domingo, 4 de julho de 2010

SOFRIDO, BRIGADO, DRAMÁTICO: ESPANHA BATE PARAGUAI E PEGA A ALEMANHA

Gol de David Villa no segundo tempo coloca a Fúria nas semifinais. Paraguai está eliminado da Copa do Mundo
Só mesmo na África do Sul para uma zebra com listras vermelhas e brancas dar as caras. Só mesmo com muita insistência para ela ser abatida. A Espanha sofreu como nunca para superar o Paraguai por 1 a 0, com um gol chorado do artilheiro David Villa, neste sábado, no estádio Ellis Park, em Joanesburgo, e cravar presença nas semifinais da Copa do Mundo. O gol saiu na parte final de um segundo tempo emocionante, com pênaltis marcados, anulados e ignorados. O Paraguai, guerreiro, está eliminado. A Fúria pega a Alemanha na quarta-feira, às 15h30m (de Brasília) em Durban. Quem vencer estará no Soccer City, no dia 11, para decidir o título mundial contra o ganhador de Holanda e Uruguai.
Com o gol, David Villa assumiu a artilharia da Copa 2010, com cinco tentos. E chegou a 43 com a camisa da Espanha, a apenas um do recordista (Raúl). Mas balançar a rede foi complicado. O Paraguai, forte na defesa, resistiu a ceder a classificação aos espanhois. Agora, a equipe de Vicente del Bosque tem pela frente um repeteco da final da Eurocopa de 2008, quando deu Espanha, com gol de Fernando Torres, apagado no Mundial. Mais uma vez, Villa (7) foi decisivo e classificou a Espanha para as semifinais (Foto: Reuters)
Com o resultado, a Espanha de 2010, no mínimo, igualou o melhor desempenho do país na história das Copas: o quarto lugar obtido no Mundial de 50. O Paraguai deixa o continente africano honrado com a inédita participação nas quartas de final. Mas sem conseguir fazer com que a modelo Larrissa Riquelme cumprisse a promessa de desfilar nua pela capital Assunção caso o time chegasse às semifinais.
Paraguai amarra a Espanha no primeiro tempo
Xavi recebeu pelo meio, perto da área, deu um toquezinho na bola com a perna direita e já girou para mandar de canhota, sem deixá-la cair, em um lance com a plasticidade típica da atual Espanha. A bola saiu por pouco. Mas não esteve na beleza do lance seu real simbolismo. A grande questão é que ele aconteceu aos 28 minutos do período inicial. E foi o primeiro chute da Fúria na direção do gol paraguaio.
Até ali, a Fúria girou de um lado para o outro sem ir a lugar algum. É bem verdade que a campeã da Europa já viveu dias mais criativos do que na Copa 2010, mas o que complicou mesmo foi a organização defensiva do Paraguai. O técnico Gerardo Martino fez seis modificações para o duelo deste sábado. Na defesa, no meio-campo e no ataque. A ideia, nenhuma surpresa, era dar ainda maior compactação a um time que foi a campo tendo sofrido apenas um gol em quatro jogos. Do trio ofensivo, só sobrou Valdés. Roque Santa Cruz e Lucas Barrios foram para o banco.
O curioso é que a força defensiva do Paraguai teve efeito duplo: primeiro, claro, barrou o talento espanhol; segundo, deu tranquilidade para os sul-americanos arriscarem uma ou outra escapulida ao ataque. Na frieza dos números, deu mais Paraguai no ataque durante o primeiro tempo. Os dois times arremataram quatro vez a gol. Mas a única bola que foi na meta, foi do time guarani.
Jonathan Santana, logo com um minuto, recebeu pelo meio e mandou a gol. Casillas pegou. Riveros, aos oito, cabeceou para fora. Alcaraz, aos 20, teria marcado se tivesse dois centímetros a mais de altura. Santana, aos 34, viveu situação igual. Faltou muito pouco para alcançar a bola em cruzamento de Morel Rodriguez. Aos 45. Valdez recebeu de Cardozo e mandou chute cruzado, para fora. Pouco antes, aos 41, a torcida chegou a comemorar. O atacante mandou a bola para rede, mas o lance foi anulado por impedimento de Cardozo, que interferiu na jogada ao tentar cabecear a bola centrada na área (confira no vídeo ao lado).
A Espanha teve o controle da bola, como costuma fazer, mas faltou infiltração. Fernando Torres começou bem e terminou mal três jogadas. Villa e Xavi não tiveram o brilho de outros jogos. E a Fúria ouviu o apito final do primeiro tempo com o sentimento de que havia algo de errado por ali.
O destino em dois (ou três, ou quatro) pênaltis
O conceito de loucura no futebol parece ter sido criado especificamente para o segundo tempo do jogo entre Espanha e Paraguai. Contam-se nos dedos de uma só mão as partidas de Copa do Mundo com acontecimentos tão estranhos quanto os da etapa final da partida deste sábado no Ellis Park. Com destaque para dois pênaltis. Ou três. Ou, melhor ainda, quatro!
O primeiro foi a favor do Paraguai. Piqué agarrou Cardozo na área aos 13 minutos. Depois das reclamações da Fúria, o próprio camisa 7, autor do último gol guarani na disputa por penalidades máximas contra o Japão, nas oitavas de final, partiu para o tiro. E deu Casillas. O goleiro se adiantou, caiu no canto esquerdo e abafou o sonho paraguaio. Dois espanhois invadiram a área antes da cobrança, mas ficou por isso mesmo.
Após a defesa, a Espanha partiu para o ataque e deu o troco na mesma moeda. A diferença é que o pênalti de Alcaraz em Villa foi um tanto forçado pelo atacante. A revolta, desta vez, foi dos paraguaios. Choro em vão. Lá foi Xabi Alonso para a cobrança: bem batida, no canto, sem chances para o goleiro. O problema é que novamente houve invasão espanhola à área. E, dessa vez, o árbitro guatemalteco Carlos Brates viu mandou a cobrança ser repetida.
Lá foi Xabi Alonso de novo para a segunda cobrança, que ali virou a terceira do jogo. E desta vez deu Villar. O goleiro caiu no canto esquerdo, espalmou a bola e, um segundo depois, na disputa pelo rebote, atingiu as pernas de Fábregas. Pênalti claro! Melhor: pênalti em uma cobrança de pênalti! E o juiz mandou seguir...
Aí foi a vez de os espanhois quase arrancarem os cabelos. Quando o lance foi repetido no telão do estádio, os reservas quase invadiram o campo, irados. E o jogo, com quatro pênaltis, dois perdidos, um anulado e um ignorado, seguia no 0 a 0.
Virou jogão. O Paraguai pareceu perceber que era possível vencer um dos favoritos ao título mundial. A Fúria não engoliu o(s) pênalti(s) perdido(s). A partida ficou mais aberta, com arrancadas de lado a lado, com possibilidades que invariavelmente acabavam frustradas no fim. O que era morno no primeiro tempo virou fervura no segundo.
E quente mesmo foi David Villa, artilheiro, oportunista, matador. Aos 38, Iniesta fez fila na entrada da área e passou para Pedro, que arrematou na trave. A bola se ofereceu para Villa. A bola beijou (de novo!) o poste esquerdo, rolou por cima da linha, tocou no direito e entrou.
Fúria enfurecida, fera ferida! A Espanha entrou em êxtase com o gol depois de tanto sofrimento.
Mas os guerreiros guaranis não se entregaram. O treinador Gerardo Martino mandou Lucas Barrios a campo no lugar do volante Cáceres. E o duelo continuou quente. Aos 43, Casillas salvou novamente a Espanha. Após soltar um chute exatamente de Barrios, o goleiro se recuperou e salvou com o pé esquerdo uma conclusão à queima-roupa de Santa Cruz (no vídeo ao lado). Na sequência, os espanhois partiram em contra-ataque, e Villar defendeu conclusão de Villa.
Foi o último capítulo de um dos jogos mais malucos - e emocionantes - que uma Copa do Mundo já viu.
Fonte: globo.com

PODEM COMPRAR TELEVISÃO, HERMANOS: ALEMANHA GOLEIA O TIME DE MARADONA

Sob o comando de Schweinsteiger, seleção vence por 4 a 0 e manda os hermanos para casa; Klose marca duas vezes e fica a um gol de Ronaldo
A torcida argentina comemorou bastante a eliminação do Brasil na sexta-feira, mas a festa dos hermanos não durou mais que um dia. Desta vez, a Alemanha não precisou de pênaltis e nem de sofrimento, como em 2006: sem dar chances ao time de Diego Maradona, os alemães aplicaram um chocolate inapelável por 4 a 0 na Cidade do Cabo e estão classificados para a semifinal da Copa do Mundo, contra a Espanha. Como disse o diário “Olé” para os brasileiros, os argentinos agora também podem comprar uma televisão para assistir ao restante do Mundial no conforto do sofá de casa.
Maradona desfilando sem roupa no Obeslico em Buenos Aires? Fica para a próxima.
Klose vibra, Messi lamenta: Alemanha despacha a Argentina e avança às quartas de final (Foto: AFP)
Na última Copa, a Alemanha também eliminou a Argentina nas quartas de final, mas com uma sofrida decisão por pênaltis. Neste sábado, no Green Point, não deu nem tempo de roer as unhas: Müller abriu o placar antes do terceiro minuto de jogo e fez o gol mais rápido do torneio na África do Sul. Depois recebeu um cartão amarelo e está fora da semifinal. Klose marcou duas vezes e agora tem 14 em Copas, um a menos que o recorde de Ronaldo. O zagueiro Friedrich também deixou o seu. Schweinsteiger não marcou, mas foi o maestro do time e acabou sendo eleito o melhor da partida pelos internautas no site da Fifa.
A torcida argentina era maioria no estádio, mas quem riu por último foi o meia Michael Ballack, que ficou fora da Copa por contusão, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ambos presentes no estádio. Melhor jogador do mundo em 2009, Lionel Messi teve atuação apagada e deixou a competição sem nenhum gol marcado.
A seleção de Joachim Löw enfrenta agora a Espanha, que bateu o Paraguai por 1 a 0. O jogo que vale vaga na decisão está marcado para quarta-feira, em Durban. Um dia antes, Uruguai e Holanda decidem na Cidade do Cabo o primeiro finalista.
Gol relâmpago
A Alemanha parecia com pressa para abrir o placar. Parecia, não. Realmente estava. Com exatos 2m38s no relógio, Schweinsteiger cobrou falta, Otamendi ficou parado, Müller subiu e tocou de cabeça. A bola bateu na perna do goleiro Romero, que estava mal posicionado, e entrou: 1 a 0, gol mais rápido da Copa do Mundo.
Oficialmente, a Fifa arredonda para cima e considera a marca como 3 minutos. O inglês Gerrard fez aos 3m31s contra os Estados Unidos, mas na súmula aparece 4. Agora, Müller está ao lado de Higuaín (Argentina), David Villa (Espanha), Vittek (Eslováquia) e Sneijder (Holanda) no topo da artilharia do Mundial, com quatro gols.
O 1 a 0 no placar deixou a Alemanha ainda mais confiante e deu uma pane na Argentina. Principalmente pelo lado direito da defesa de Maradona. Perdido em campo, Otamendi levava um baile de Podolski. O lateral argentino ainda levou cartão amarelo aos 11, por falta em Friedrich no campo de ataque. Um exemplo de que nada dava certo para os hermanos aconteceu aos 16: Tevez tentou puxar contra-ataque, mas se enrolou, perdeu a bola e a chuteira, que ficou no gramado. Na beira do campo, o Pibe olhava de braços cruzados. O que fazer?
Na arquibancada, a maioria argentina resolveu “jogar” aos 20. Os torcedores pulavam e cantavam, mas os jogadores não correspondiam em campo. Culpa da Alemanha, que tinha uma defesa muito bem montada por Joachim Löw e era perigosa na frente. Como aos 23, quando Heinze se enrolou ao tentar cortar um passe, Müller invadiu a área e rolou para Klose, que bateu por cima. Em sua primeira Copa como técnico, Maradona volta para casa nas quartas de final (Foto: Agência Reuters)
Apagado, Messi passou a procurar mais o jogo. Maradona viu que Otamendi era o ponto fraco e mandou Di Maria sair da esquerda e ir para direita. Assim, o lateral parou de subir ao ataque e Podolski ainda tinha que se preocupar com a marcação do novo jogador do Real Madrid. A tática deu certo e a Argentina passou a ter mais chances. A melhor foi aos 36. Müller tocou a mão na bola na entrada da área e recebeu amarelo. Na sequencia da falta mal cobrada por Messi, Tevez recebeu sozinho de Heinze na área e cruzou para Higuaín tocar para o fundo da rede. Mas quatro argentinos estavam em impedimento na jogada, bem anulada.
Em 45 minutos, a Alemanha deu dez chutes, mas apenas um na direção do gol: justamente o que resultou no 1 a 0 da primeira etapa. Os argentinos deram nove e tiveram 55% de posse de bola. Schweinsteiger não marcou, mas comandou a Alemanha e foi eleito o melhor em campo (Foto: Getty Imagens)
Quem voltou com pressa no segundo tempo foi a Argentina. Mas sem a mesma pontaria de Müller no início da partida. Aos três, Di Maria arriscou de longe a bola passou rente à trave alemã. O empate não saiu por pouco, alguns centímetros.
Com a vaga na mão pela vantagem no placar, a Alemanha se fechou ainda mais, apostando nos contra-ataques. E deixou a Argentina ser dona da bola, como Maradona pediu a semana inteira. Mais passe, mais chutes dos hermanos. Para fora, nas mãos de Neuer e até na cara do adversário: aos 17, Di Maria cruzou da direita, Maxi Rodriguez ajeitou com o peito e Tevez soltou a bomba, que explodiu no rosto de Mertesacker.
Os hermanos ainda tiveram duas chances, com Higuain e Tevez, que pararam nas mãos do goleiro. Se a principal arma argentina não dava certo – o toque de bola -, a maior falha voltou a aparecer: o lado direito da defesa. Na velocidade, a seleção de Lahm roubou a bola pela esquerda do ataque aos 23 e, sentado, Müller tocou para Podolski, que invadiu a área e rolou para Klose fazer seu 13º gol em Copas do Mundo, passando Pelé (12) e ficando a dois do recordista Ronaldo (15).
O tiro de misericórdia saiu aos 29. Mais uma vez pelo frágil lado direito da zaga argentina, que até nem contava mais com Otamendi, substituído logo após o gol por Pastore. Schweinsteiger fez o que quis pelo setor, driblou três argentinos na sequência, entrou na área e rolou para o zagueiro Friedrich pegar de primeira no bico da pequena área: 3 a 0.
Ainda havia tempo para mais um contra-ataque, e a desgraça argentina se consolidou com mais um gol de Klose, aos 44. Bola de pé em pé, de Özil para Podolski, de Podolski para Özil, de Özil para Klose, que bateu de pé direito e fez seu 14º gol em Copas, o quarto neste Mundial, assumindo a artilharia ao lado de Higuaín, Vittek David Villa e Müller. A Alemanha avança cheia de moral para as semis, e está carimbado o passaporte dos hermanos, não para a próxima fase, e sim de volta para casa. Adeus, Argentina. Até 2014, se conseguirem a vaga para jogar no Brasil.
Fonte: globo.com

sábado, 3 de julho de 2010

NA BASE DO DRAMA, URUGUAI DESPACHA GANA NOS PÊNALTIS E AVANÇA ÀS SEMIS

Seleção africana desperdiça penalidade no último minuto da prorrogação, e Abreu capricha na cavadinha para garantir o triunfo da Celeste no Soccer City
Fonte: globo.com
Drama é apelido. No jogo mais emocionante da Copa do Mundo até agora, o Uruguai arrancou nesta sexta-feira uma classificação heroica para as semifinais. Após o empate em 1 a 1 no tempo normal, Gana teve a vitória nas mãos - duas vezes - no último minuto da prorrogação. Na primeira, apareceu a mão salvadora do atacante Suárez em cima da linha. Pênalti. Mas Gyan, craque do time, fez explodir no travessão a chance da glória. E o castigo veio a galope. Na disputa de cobranças da marca fatal, triunfo sul-americano por 4 a 2. O goleiro Muslera defendeu duas vezes, e coube ao botafoguense Loco Abreu decidir no chute final, com direito a cavadinha. Incrédula, a África se despede do seu Mundial. E a Celeste avança, cheia de moral, para encarar nas semis a Holanda, algoz do Brasil. Festa azul para um Soccer City lotado.
Cavadinha para a glória: Loco Abreu abusa da habilidade no pênalti e sai para festejar (Foto: AFP)
O jogo que vale vaga na decisão está marcado para terça-feira, às 15h30m, na Cidade do Cabo. A outra semi terá o vencedor de Argentina x Alemanha enfrentando Espanha ou Paraguai.
No tempo normal, Muntari abriu o placar, e Forlán, de falta, deixou tudo igual. No último minuto da prorrogação, o atacante Suárez, herói das oitavas contra a Coreia do Sul, estava no lugar certo: em cima da linha, para salvar com a mão o que seria o gol da classificação rival. Expulso, o camisa 9 viu a grande chance de Gana morrer no travessão e vibrou como se tivesse balançado a rede. Suárez (à esquerda), salva com a mão em cima da linha: expulsão que valeu por um gol (Foto: AFP)
Na disputa de pênaltis, brilharam mais duas estrelas. Primeiro, a do goleiro Muslera, que foi buscar as cobranças de Mensah e Adiyiah. Depois, a de Loco Abreu, que tinha entrado no segundo tempo. Coube a ele o tiro final – e nem de longe foi um tiro. A exemplo do que tinha feito na decisão do Estadual do Rio neste ano, contra o Flamengo, o atacante do Botafogo tirou onda diante dos 84.017 torcedores em Joanesburgo: partiu para a bola e deu uma cavadinha para matar o goleiro Kingson e sacramentar a classificação celeste.
Uruguai começa bem; Gana reage
O jogo mais "loco" da Copa começou com 10 minutos sonolentos. A partir dali, o Uruguai aumentou o volume, mas chance de gol, que é bom, esbarrava sempre em Kingson.
Aos 11, Suárez costura pela esquerda, chuta forte e... Kingson nela.
Aos 17, Forlán bate escanteio, a bola desvia em Cavani, no peito de Mensah e... Kingson nela.
Aos 25, o arremesso lateral encontra Suárez, que bate de pé direito e... Kingson nela.
Foi aí que Gana, cansada de ver seu pobre goleiro no sufoco, resolveu responder. Vorsah foi o primeiro a aparecer, ganhando de Lugano no alto e cabeceando para fora aos 29. Um minuto depois, Prince Boateng puxou o contra-ataque, aplicou um drible da vaca em Victorino e cruzou no pé de Gyan, que bateu para fora. Gyan perdendo gol? Era só um prenúncio. Gyan, com a camisa 3: de melhor jogador de Gana a vilão dos africanos na Copa do Mundo (Foto: AFP)
Aos 37, o zagueiro Lugano saiu machucado. Ele não aguentou a dor no tornozelo, fruto de uma queda na cobrança de um escanteio. Deu lugar a Scotti e passou a braçadeira de capitão a Forlán. O camisa 10, aliás, já jogava como capitão: corria o campo todo, orientava os companheiros e, de quebra, cobrava todos os escanteios, mas não conseguia transformar seu talento em gols.
Falando em gol, Gana continuava ensaiando. Aos 44, Prince tentou uma finalização de bicicleta, mas errou o alvo. Era o prefácio do que seu colega Muntari faria em seguida. Dois minutos depois, ele limpou o lance fora da área e soltou a bomba. Meio gol de Muntari, meio gol da Jabulani, que tomou um incrível efeito e escapou do alcance de Muslera.
Gana 1 a 0, fim do primeiro tempo, corrente dos jogadores africanos no campo antes da saída para o vestiário. Meio caminho andado para manter o continente vivo na Copa.
Meio caminho, contudo, não é caminho inteiro. E o Uruguai voltou para a segunda etapa disposto a mudar o cenário. Depois de roer o osso cobrando sete escanteios no jogo, Forlán enfim ganhou uma chance de provar o filé.
Tudo igual no Soccer City
Falta para o Uruguai perto da área, no lado direito do ataque. Com a braçadeira amarela no braço, o camisa 10 bateu forte, por cima da barreira. O goleiro Kingson, que tinha brilhado no início da partida, desta vez pulou meio estranho. Bola na rede, placar empatado em 1 a 1, vuvuzelas caladas no Soccer City.
Gana só precisou de dois minutos para responder, com chute potente de Gyan, que parou nas mãos de Muslera. Aos 16, Forlán cruzou no pé direito de Suárez, que concluiu na rede pelo lado de fora.
Ainda sem saber que viraria herói usando a mão, Suárez teve outra grande chance com o pé aos 25, quando pintou livre na área. Aí sim, Kingson apareceu bem, espalmando para escanteio. Aos 36, foi Maxi Pereira que desperdiçou grande chance no contra-ataque, chutando por cima do travessão. O Uruguai atacava mais e parecia mais inteiro. Gol, no entanto, nada.
Aos 37, o zagueiro Lugano saiu machucado. Ele não aguentou a dor no tornozelo, fruto de uma queda na cobrança de um escanteio. Deu lugar a Scotti e passou a braçadeira de capitão a Forlán. O camisa 10, aliás, já jogava como capitão: corria o campo todo, orientava os companheiros e, de quebra, cobrava todos os escanteios, mas não conseguia transformar seu talento em gols.
Falando em gol, Gana continuava ensaiando. Aos 44, Prince tentou uma finalização de bicicleta, mas errou o alvo. Era o prefácio do que seu colega Muntari faria em seguida. Dois minutos depois, ele limpou o lance fora da área e soltou a bomba. Meio gol de Muntari, meio gol da Jabulani, que tomou um incrível efeito e escapou do alcance de Muslera.
Gana 1 a 0, fim do primeiro tempo, corrente dos jogadores africanos no campo antes da saída para o vestiário. Meio caminho andado para manter o continente vivo na Copa.
Meio caminho, contudo, não é caminho inteiro. E o Uruguai voltou para a segunda etapa disposto a mudar o cenário. Depois de roer o osso cobrando sete escanteios no jogo, Forlán enfim ganhou uma chance de provar o filé.
Tudo igual no Soccer City
Falta para o Uruguai perto da área, no lado direito do ataque. Com a braçadeira amarela no braço, o camisa 10 bateu forte, por cima da barreira. O goleiro Kingson, que tinha brilhado no início da partida, desta vez pulou meio estranho. Bola na rede, placar empatado em 1 a 1, vuvuzelas caladas no Soccer City.
Gana só precisou de dois minutos para responder, com chute potente de Gyan, que parou nas mãos de Muslera. Aos 16, Forlán cruzou no pé direito de Suárez, que concluiu na rede pelo lado de fora.
Ainda sem saber que viraria herói usando a mão, Suárez teve outra grande chance com o pé aos 25, quando pintou livre na área. Aí sim, Kingson apareceu bem, espalmando para escanteio. Aos 36, foi Maxi Pereira que desperdiçou grande chance no contra-ataque, chutando por cima do travessão. O Uruguai atacava mais e parecia mais inteiro. Gol, no entanto, nada. O Técnico uruguaio Oscar Tabárez orienta seus jogadores antes da prorrogação (Foto: Reuters
Adrenalina de sobra

A primeira metade do tempo extra foi truncada, com corpos indo ao chão toda hora, faltas duras, pedidos de pênalti - mal sabiam que sete deles estavam por vir. Naquele momento, o português Olegário Benquerença mandava o jogo seguir. E ele seguia.
Na virada para os últimos 15 minutos, Gana percebeu que precisava decidir a partida. Foi para cima e perdeu boas chances: com Gyan, de cabeça, aos quatro, e Appiah, que matou no peito mas não conseguiu concluir aos sete. Forlán ainda teve seu momento com um chute dentro da área, mas mandou para fora a última oportunidade uruguaia com bola rolando.
No minuto derradeiro da prorrogação, o inesperado. Suárez salvou uma bola com a mão em cima da linha. Pênalti para Gana. Era a grande chance de manter a África viva na Copa e fazer a sinfonia de vuvuzelas se esgoelar no Soccer City. Gyan, que já tinha feito dois gols de pênalti no Mundial, correu decidido a se consagrar. Caiu em desgraça. A bola explodiu no travessão, e o jogo foi para a disputa de cobranças na marca fatal. Suárez nunca comemorou tanto o efeito de um cartão vermelho - veja no vídeo ao lado.
Forlán, Victorino e Scotti fizeram os dois primeiros do Uruguai, enquanto Gyan - em busca de redenção - e Appiah repetiram a dose para os africanos. Foi aí que brilhou a estrela de Muslera: o goleiro da Celeste pegou as cobranças de Mensah e Adiyiah, abrindo caminho para o toque de mestre de Loco Abreu.
O atacante botafoguense não se intimidou com a grandeza da Copa do Mundo. Correu tranquilo para a bola e, como se estivesse no Estadual do Rio, bateu com a já famosa cavadinha. Matou Kingson e fez o Uruguai explodir em euforia no Soccer City. Na tristeza dos africanos, o Mundial viu um desfecho digno para o seu jogo mais emocionante. Próxima parada, semifinais: o eufórico Uruguai avança para enfrentar a Holanda (Foto: Getty Imagens)

BRASIL PERDE PARA A HOLANDA E É ELIMINADO DE NOVO NAS QUARTAS

Seleção tem atuação segura no primeiro tempo, mas se descontrola no segundo e é derrotada de virada, por 2 a 1, dando adeus à África do Sul
Em toda a sua preparação e durante a Copa do Mundo na África do Sul, a seleção brasileira se esforçou em adotar uma filosofia diferente da utilizada em 2006. Por ironia, o resultado foi o mesmo: derrota para uma seleção europeia e eliminação nas quartas de final. No lugar da França, o algoz foi a Holanda. E Sneijder tomou de Henry o posto de carrasco, participando do lance do primeiro gol e marcando o segundo na vitória por 2 a 1, de virada, nesta sexta-feira.
Foi ele o eleito o melhor em campo no estádio Nelson Mandela Bay, em votação popular no site da Fifa. Pelo primeiro tempo, ficou a impressão de que dificilmente o escolhido deixaria de ser um brasileiro. A seleção dominou a Holanda, marcou seu gol (com Robinho) logo no início, criou lances bonitos e foi pouco ameaçada. A partida após o intervalo, no entanto, foi outra. O Brasil falhou na defesa, seu setor mais elogiado, esteve acuado, quase não chegou ao ataque e demonstrou instabilidade emocional. E viu mais um jogador seu ser expulso na competição, depois que Felipe Melo deu um pisão em Robben.
A eliminação em Porto Elizabeth representa um duro golpe na era Dunga como técnico. A seleção vinha acumulando bons resultado - como os títulos da Copa América e da Copa das Confederações, a primeira colocação nas eliminatórias e vitórias expressivas sobre adversários de peso - mas fracassou em sua principal missão, a conquista do hexacampeonato. Os brasileiros, que receberão a Copa de 2014, voltam para casa com uma campanha de três vitórias, um empate e uma derrota.
A Holanda, que acumulou sua quinto triunfo consecutivo na Copa e agora soma 24 partidas de invencibilidade, enfrentará o Uruguai na semifinal, em partida na próxima terça-feira, às 15h30m (de Brasília), na Cidade do Cabo. E se vinga das eliminações nas edições de 1994 e 1998, as duas últimas vezes em que havia cruzado com o Brasil em Mundiais.
Brasil faz gol, marca duro e joga bonito
Conhecidas pelo estilo bonito de jogar, as seleções de Brasil e Holanda deixaram o futebol de lado nos primeiros minutos. Luis Fabiano e Van Bommel se estranharam e foram repreendidos pelo árbitro. O holandês pareceu não se intimidar, já que em seguida discutiu com Robinho. Passado esse início nervoso, no entanto, os brasileiros perceberam que teriam espaço para jogar. Robinho comemora o gol após passe primoroso de Felipe Melo, aos dez minutos (Foto: Reurters)
A primeira pista veio com passe de Maicon, que encontrou Daniel Alves livre, mas impedido, ainda que por pouco. Já Robinho se posicionou melhor e correu sozinho no meio da zaga laranja. Recebeu passe primoroso de Felipe Melo e chutou com estilo, sem dominar a bola, superando o goleiro. Com 1 a 0 no placar logo aos dez minutos, o Brasil pôde se planejar para atuar do jeito que mais gosta: marcando duro no campo defensivo e procurando os contra-ataques.
No entanto, o estilo da Holanda, de não ir ao ataque desesperadamente, fez com que os contragolpes não viessem. Ainda assim, o Brasil produziu belas jogadas. Numa delas, Daniel Alves deu dois cortes pela ponta e cruzou para Juan chutar por cima do gol. Na mais bonita, Robinho deixou para trás dois marcadores, Luis Fabiano deu passe de letra, e Kaká chutou bem ao seu estilo, com efeito, obrigando Stekelenburg a fazer excelente defesa.
Com uma muralha à sua frente, Julio Cesar pouco trabalhou no primeiro tempo: fez duas defesas seguras em chutes de Kuyt e Sneijder. E só. O craque Robben insistiu na sua jogada preferida, de carregar a bola pela direita e cortar para a esquerda, mas foi sempre bloqueado antes do chute. A Holanda tentou invadir o terreno brasileiro recorrendo até à malandragem. Em cobrança de escanteio, Robben deu um leve toque na bola e correu para a área. Mas Daniel Alves, atento, chegou antes de qualquer adversário.
Após 19 faltas, o primeiro tempo terminou com mais uma boa jogada da seleção, em que Kaká - até então mais participativo do que em outros jogos - inverteu um lance da esquerda para a direita. Maicon chutou para defesa do goleiro.
Brasil leva gols, falha na marcação e se descontrola
Tão segura nos 45 minutos iniciais, a equipe começou vacilante na segunda etapa. Um lance displicente no primeiro minuto fez com que Felipe Melo levasse uma bronca de Lúcio. Sete minutos depois, o Brasil sofreu o empate num lance que, até esta sexta-feira, era incomum na Copa: falha da zaga, e ainda por cima numa bola aérea. Julio Cesar e Felipe Melo se chocaram, e a bola cruzada por Sneijder desviou de leve no volante antes de entrar. Foi o primeiro gol contra do Brasil na história dos Mundiais.
A igualdade no placar desestabilizou o Brasil, que ficou acuado em seu campo e viu suas tentativas de ataque esbarrar em erros de passe. Só conseguiu concluir uma jogada aos 20 minutos, quando Kaká bateu colocado, mas sem muito perigo. A Holanda, que mostrou suas fragilidades no primeiro tempo, passou a explorar as do Brasil, recorrendo ao lado direito do ataque e fazendo Michel Bastos sofrer para marcar Robben. Preocupado com o seu lateral, que já havia recebido cartão amarelo, Dunga trocou-o por Gilberto aos 16 minutos. Cabisbaixo, Julio Cesar deixa o campo após a derrota do Brasil no Nelson Mandela Bay (Foto: Reuters)
Seis minutos depois, a Holanda conseguiu a virada. E em outra falha da defesa. Uma cobrança de escanteio encontrou Kuyt, que, posicionado na primeira trave, desviou a bola para trás. Sneijder, com seu 1,70m, cabeceou para a rede. Mais seis minutos, e a situação piorou. Felipe Melo fez falta e em seguida deu um pisão em Robben, recebendo cartão vermelho direto.
Dunga ainda substituiu Luis Fabiano por Nilmar, mas a troca de um atacante por outro pouco ajudou a seleção, que só conseguiu levar algum perigo aos holandeses em duas cobranças seguidas de escanteio. Aos 44 minutos, veio a tentativa derradeira. Daniel Alves teve uma cobrança de falta, mas a bola explodiu na barreira. Era o fim do sonho do hexacampeonato.
Fonte: globo.com

quinta-feira, 1 de julho de 2010

CONSUMIDOR: FÁBIO FARIA COBRA VOTAÇÃO DO PL QUE DETERMINA INFORMAÇÕES SOBRE IMPOSTOS PAGOS EM NOTAS FISCAIS

Esclarecimento ao consumidor sobre o valor do imposto que está pagando no ato de uma compra. Esse é o objetivo de Projetode Lei aprovado no Senado e dependente da apreciação da Câmara.
Deputado Fábio Faria (Foto: Divulgação)
Líder do PMN, o Deputado Federal Fábio Faria pediu a inclusão da matéria novamente na pauta de votação. O requerimento do parlamentar do Rio Grande do Norte foi motivo de artigo do jornal “O Estado de São Paulo”, nesse fim de semana.
Conforme Fábio Faria, o Projeto de Lei estabelece a obrigatoriedade de se informar claramente, nas notas fiscais de venda de mercadorias e serviços, o valor dos impostos que o consumidor está pagando. Ele lembra que esse direito do consumidor já está previsto na Constituição de 1988, mas não é observada por falta de lei que a regulamente.
O Estadão cita:
É amplo o desconhecimento, por parte dos consumidores, a respeito do tamanho do custo dos impostos, por causa da complexidade do sistema e da cobrança indireta dos tributos. Numa corriqueira operação de compra, por exemplo, o preço pago pelo consumidor pode embutir impostos estaduais, como o ICMS; municipais, como o ISS; e vários tributos federais, como IPI, IOF, IR, CSLL, PIS, Cofins e Cide.