Seca. Para muitas pessoas essa palavra ecoa
distante e sem força. Para outras ela é sinônimo de perdas e desesperança de um
futuro. Para o grupo de Jornalistas convidados pela Federação da Agricultura e
Pecuária do Rio Grande do Norte (FAERN) para participarem da Expedição Retratos
da Seca (que movimentou o interior potiguar no último final de semana) essa
palavra é o alerta para se mobilizar toda a sociedade e os governantes.
Na viagem, iniciada na manhã da sexta-feira (22/02)
e finalizada na tarde do domingo (24/02), os repórteres, fotógrafos e
cinegrafistas de vários veículos de comunicação do Estado puderam observar a
triste realidade de produtores rurais e de toda uma cadeia econômica que
definha através do gosto amargo da seca no campo potiguar. “Com a expedição,
pretendemos mostrar aos jornalistas a real dimensão desse terrível problema.
Uma realidade que muitos tentam esconder em números frios de estatísticas e que
a cada dia abala mais e mais a nossa economia e a produção rural”, ressaltou o Presidente
da Faern, José Álvares Vieira.
Para o Presidente da Federação da Agricultura, o
setor vive um grave momento e as visitas da expedição somente confirmaram o que
já era esperado. “Além do gado, que está morrendo de fome e sede, observamos o
desalento na face de nossos produtores. Observamos o seu descrédito com o
futuro. E essa é uma realidade que não podemos aceitar de braços cruzados e
dormir como se nada tivesse acontecendo” comentou Vieira.
Campos da morte
Durante os três dias de viagem, a equipe de Jornalistas
visitou diversas propriedades espalhadas pelas zonas rurais dos Municípios de
Lajes, Santana do Matos, Assu, Apodi, Pau dos Ferros e Caicó. Nesses locais,
conversaram com diversos produtores e ouviram os relatos sobre a seca
considerada a pior dos últimos 50 anos.
Fotografaram e filmaram os verdadeiros campos da
morte do gado potiguar. Cemitérios a céu aberto onde diversas carcaças de bois
e vacas apodrecem e aguardam as bicadas de velozes urubus. “Uma imagem chocante
e que exibiu para todos nós a fragilidade do homem do campo com essa seca”,
destacou o Jornalista Roberto Lucena, do Jornal Tribuna do Norte.
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