Por
Karoline Araújo de Melo (*)
Hoje
ninguém lembra ou não procura saber, mas o Jornalista Paulo Francis fez uma
denúncia no ano de 1996 que apresentava um esquema de corrupção na Petrobras,
no qual os Diretores usavam subfaturamento e superfaturamento para embolsar
milhões. Francis ainda afirmava que seria a maior quadrilha que já havia atuado
no Brasil.
O ano
de 1996 nos diz alguma coisa? Sim, claro que sim! Ano de governo tucano, Presidente
Fernando Henrique Cardoso. Porém nada disso foi apurado. Sabe porquê?
Simplesmente porque, assim como em todos os governos que antecedem o PT, o FHC usava
a política do engavetamento de denúncias e investigações.
Todos
sabem que a corrupção é muito antiga no Brasil. O governo atual também tem culpa
no cartório, pois permitiu que o esquema continuasse, mas pelo menos hoje
existem denúncias que não são engavetadas, pelo contrário são investigadas e
logo viram notícias.
Faço
minhas as palavras de Jean Paul Prates: “Há
as eras dos engavetadores e as eras dos delatores. A depender de a quem servem,
elas se sucedem, sempre obedecendo a sistemas complexos, superiores ao governo,
à justiça e mesmo à imprensa e a opinião pública.” Pois é. No
Brasil, o dinheiro fala mais alto e quem mais roubou conseqüentemente tem mais
dinheiro para se defender e sair "limpinho". E outros, com o velho
“jeitinho brasileiro”, possuem artimanhas que os livram das acusações.
O fato
é que o PT deixa a Polícia Federal trabalhar com toda autonomia e
transparência. Ao contrário dos demais que varriam as denúncias para debaixo do
tapete evitando a publicação das falcatruas. A oposição (PSDB), por sua vez, está adorando tudo isso e usando
esta medida como arma contra o próprio PT. Na verdade, a questão maior não é só
o escândalo e nem as novas medidas tomadas pelo governo, vai mais além disso. O
problema é que a derrota nas urnas em 2014 está difícil de engolir. E o PSDB não
se contenta em ter que esperar mais quatro anos fora do poder e está tentando empurrar
de goela abaixo um clima golpista semelhante ao de 1954, 1964 ou ao de Collor.
Infelizmente,
uma parcela do povo acostumado a fazer política com base em redes sociais, em
fatos isolados, em ponta de iceberg, acaba se engabelando e defendendo uma luta
que por trás esconde um sentimento orgulhoso, arrogante, elitista e
inconformado de pessoas que não aceitam a derrota de forma democrática e
legitimada pela Constituição Federal.
Portanto,
sejamos mais cautelosos ao criticar o atual governo e defender a oposição (PSDB).
Afinal, o último tem mais tempo de casa e também tem sujeira. Sujeira esta que
até hoje é escondida e guardada a sete chaves.
(*) Formada em
Administração
pela UFRN e atualmente
cursando
Ciências Contábeis.
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